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Guerra comercial? Excedente da UE na balança corrente com os EUA sobe 50%

A balança corrente, que agrega bens e serviços mas não só, entre a UE e os EUA passou a ser ainda mais favorável para os Estados-membros no segundo trimestre, altura em que a guerra comercial começou a ter efeitos práticos.

Trump, Juncker
Trump, Juncker Reuters
03 de Outubro de 2018 às 11:08

O excedente da balança corrente entre o conjunto dos Estados-membros da União Europeia e os Estados Unidos continuou a alargar-se no segundo trimestre deste ano. Ao todo são 44,7 mil milhões de euros que abonam a favor da UE, o que compara com 29,8 mil milhões de euros no mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados pelo Eurostat esta quarta-feira, 3 de Outubro.

A balança corrente regista a exportação e a importação de bens e serviços, mas agrega também os pagamentos e recebimentos associados a rendimento primário (por exemplo, juros e dividendos) e a rendimento secundário (por exemplo, transferências correntes). É um indicador que dá uma imagem mais ampla sobre os fluxos económicos entre os dois Estados.

Um ano depois - e já com a guerra comercial em andamento com a taxa aduaneira sobre o aço e o alumínio a entrar em vigor em Junho -, o excedente da balança corrente que a União Europeia tem com os EUA aumentou 50%.

Este aumento foi determinante para que, no total, a UE registasse um excedente da balança corrente com o mundo de 36,6 mil milhões de euros, acima dos 18,2 mil milhões de euros registados há um ano. Ou seja, duplicou. 

A dar um contributo positivo esteve também a China. A União Europeia tem um défice corrente com a economia chinesa, mas esse défice desceu de 22,9 mil milhões de euros para 17,3 mil milhões de euros, em termos homólogos, no segundo trimestre. 

EU current account surplus €62.0 bn in Q2 2018, +€54.0 bn for trade in services https://t.co/Ae1kbPZcto pic.twitter.com/OBNkLb3sGg

Portugal registou um curto défice corrente de dois mil milhões. O grande défice corrente foi registado pelo Reino Unido com 20,7 mil milhões de euros. 

Os valores registados pela Alemanha e pelo Reino Unido justificam o porquê de a Zona Euro ter um excedente corrente bem maior do que o conjunto da União Europeia (ver gráfico acima). 

Quanto à balança de pagamentos, que agrega ainda a balança de capital e a balança financeira, o panorama é diferente. Com a redução abrupta de investimento norte-americano na Europa (-29.8 mil milhões de euros face aos 20,5 mil milhões de euros no segundo trimestre de 2017), a balança financeira deu um contributo negativo, prejudicando o excedente da balança de pagamentos que passou de 68,2 mil milhões de euros (1,7% do PIB da UE) para 62 mil milhões de euros (1,6% do PIB da UE).

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