Europa e EUA estão de acordo: só a Ucrânia pode negociar territórios com a Rússia

Chamada entre líderes europeus e os presidentes da Ucrânia e dos EUA serviu para "clarificar" alguns dos objetivos do encontro marcado entre Trump e Putin para sexta-feira.
Merz e Zelensky
Filip Singer / Lusa - EPA
Rui da Rocha Ferreira 13 de Agosto de 2025 às 16:36

O Presidente francês, Emmanuel Macron, revelou esta quarta-feira que o homólogo norte-americano concordou com a ideia de que deve ser a Ucrânia a negociar com a Rússia uma eventual cedência de territórios. Fica assim confirmado o alinhamento entre os países da União Europeia, a Ucrânia e os EUA sobre aquele que prometia ser um ponto central do encontro entre Trump e Vladimir Putin. 

"Questões territoriais que digam respeito à autoridade da Ucrânia não podem ser negociadas [na sexta-feira] e só serão negociadas pelo Presidente da Ucrânia", detalhou Macron, em declarações aos jornalistas, após a reunião de uma hora que alguns representantes europeus, incluindo o Presidente do Conselho Europeu, António Costa, mantiveram com Volodymyr Zelensky e Donald Trump. Segundo o presidente francês, Trump "expressou" a mesma ideia.

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Este "acordo de cavalheiros" entre os países europeus e os EUA acontece depois de o líder americano ter sinalizado, na segunda-feira, que um acordo de cessar-fogo podia efetivamente envolver a cedência de território ucraniano à Rússia, referindo-se a "algumas alterações" de território.

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As reações à reunião foram muitas, com os diferentes intervenientes a destacarem a necessidade de proteger os interesses ucranianos e de que seja dado um primeiro passo a caminho do fim do conflito na Ucrânia.

Volodymyr Zelensky, depois da reunião, voltou a chamar para si o peso de uma eventual cedência territorial para conseguir um cessar-fogo. "Quero sublinhar que qualquer questão relacionada com a integridade territorial do nosso Estado não pode ser discutida contra a vontade do nosso estado e do nosso povo".

Já António Costa, Presidente do Conselho Europeu, quis sublinhar o compromisso dos países europeus com a nação ucraniana. "A União Europeia está determinada em trabalhar de forma próxima e em união com os EUA para acabar com a guerra de agressão da Rússia e assegurar uma paz justa e duradoura. Estamos prontos para fazer a nossa parte. Alcançar um cessar-fogo continua a ser a prioridade – como um passo necessário em direção a negociações sérias com a Ucrânia", escreveu na rede social X.

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Quanto ao chanceler alemão, Friedrich Merz, que recebeu Zelensky em Berlim para a reunião, considerou a chamada desta quarta-feira como "construtiva" e voltou a defender que "os interesses fundamentais da segurança europeia e ucraniana devem ser protegidos" na reunião de sexta-feira.

O encontro entre os líderes europeus e Donald Trump acontece no mesmo dia no qual a Rússia decidiu enviar um "recado" – . O Presidente russo exige a retirada completa das forças ucranianas de várias regiões ocupadas pelos russos e a renúncia formal de Kiev a integrar a NATO para que a invasão à Ucrânia pare. Segundo cálculos da Reuters, a Rússia ocupa atualmente cerca de 19% do território ucraniano.

(Notícia atualizada pela última vez às 17:28 horas com mais declarações do pós-reunião)

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