Europa sem lugar na mesa de negociações de paz. Kremlin confirma encontro só com EUA
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou, esta segunda-feira, que não vê qualquer papel para a Europa nas negociações de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia, sugerindo, aliás, que pretende que a guerra continue.
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"Não sei o que estariam a fazer na mesa das negociações. Se vão 'implorar por' algumas ideias habilidosas sobre congelar o conflito enquanto... querem realmente continuar a guerra - então porquê convidá-los para lá?" atirou, citado pela BBC.
O Kremlin confirmou, esta segunda-feira, que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, vão liderar as delegações da Rússia e dos Estados Unidos que se vão reunir, esta terça-feira, na Arábia Saudita, para abordar o fim da guerra na Ucrânia.
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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que não vai participar da reunião, mas vai viajar para a Arábia Saudita um dia depois, uma visita que indicou que estava já planeada há muito tempo. "A Ucrânia considera que quaisquer negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia não têm resultado. Não podemos reconhecer acordos sobre nós sem fazermos parte deles", afirmou aos jornalistas durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos, segundo declarações reproduzidas pelas agências Associated Press e Reuters.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou na quarta-feira, após uma conversa telefónica com o homólogo russo, Vladimir Putin, que tinha concordado em iniciar conversações de paz na Ucrânia sem a Europa, o que indignou Bruxelas e Kiev, que deixaram claro que não aceitarão um acordo à sua revelia. Este domingo, porém, o chefe da diplomacia americana garantiu que a Europa terá um papel a desempenhar em qualquer "verdadeira negociação" para pôr fim à guerra na Ucrânia. Numa entrevista à CBS, Rubio indicou que o encontro entre Trump e Putin figurava apenas como uma primeira abordagem: "As próximas semanas e dias vão determinar se [o compromisso com a paz] é sério ou não. Um telefonema não faz a paz", afirmou.
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Mas a Europa não ficou apaziguada, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, a convocar "os principais países europeus" para uma reunião de emergência em Paris, esta segunda-feira, para discutirem a "segurança europeia". Um encontro que tem lugar no dia seguinte à Conferência de Segurança de Munique, marcada por um discurso hostil do vice-presidente norte-americano, JD Vance, contra a União Europeia e pela confirmação de que os americanos estavam a considerar negociações sobre a Ucrânia sem os europeus.
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