Cenários possíveis em Itália
"O governo cabe a nós do centro-direita. A Liga venceu no centro-direita e continuará a liderar o centro-direita. É uma coligação que venceu e pode governar", sustentou o líder da extrema-direita citado pelo La Repubblica. Salvini reiterou assim a intenção de liderar um governo com apoio do Força Itália (FI) de Berlusconi.
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Todavia, o centro-direita não depende de si próprio para formar governo, até porque dificilmente o PD, de Matteo Renzi, ou o Movimento 5 Estrelas apoiariam uma solução encabeçada pela direita xenófoba. Uma vez que a possibilidade de o PD e o FI reeditarem o Pacto de Nazareno parece afastada dado o escasso número de votos destas forças, restaria a hipótese de um acordo entre o partido de Renzi e o 5 Estrelas.
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Só que ainda na noite eleitoral de ontem vários altos dirigentes do PD, entre os quais Ettore Rosato, defenderam que o mau resultado do partido o coloca na liderança da oposição. Por outro lado, para já o PD rejeita participar em qualquer governo de coligação com o 5 Estrelas, uma fórmula tentada em 2013 (embora com posições hierárquicas invertidas) mas rejeitada por Beppe Grillo.
Aconteça o que acontecer tudo indica que o 5 Estrelas assumirá um papel determinante no futuro da próxima solução governativa. Os dados poderão ficar mais claros quando, em 23 de Março, os novos deputados e senadores eleitos forem chamados a escolher os líderes de cada uma das câmaras, dos Deputados e Senado. Nessa altura, escreve o La Stampa, poderá perceber-se melhor a estratégia do 5 Estrelas, se vai privilegiar uma aproximação à esquerda ou à direita.
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Porque tendo em conta que os partidos não são obrigados a manter as coligações pré-eleitorais, a Liga e o 5 Estrelas poderão aliar-se. E sabe-se que nos últimos dois anos os partidos de Salvini e Di Maio já chegaram a manter reuniões de trabalho. Membros do 5 Estrelas disseram aos jornais italianos que o partido vai, antes de 23 de Março e de falar com Mattarella, auscultar as intenções dos outros partidos. A saída de Renzi e a concretização da mudança de hierarquia à direita, com a Liga a superar o FI, podem trazer nuances às conversações. Desta forma, o partido de Di Maio mantém todas as portas abertas.
Até essa data o presidente Mattarella terá oportunidade de realizar as primeiras consultas aos partidos com assento parlamentar. Numa altura em que se fala novamente em Itália na possibilidade de uma espécie de governo de unidade nacional que integre todas as forças do parlamento, Sergio Mattarella terá sempre esta possibilidade de recurso que tenderia a ser chefiada por um nome independente ou de perfil mais tecnocrático.
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