Guindos: Centeno terá voto de Espanha se se candidatar à presidência do Eurogrupo
"Se Mário Centeno se apresentar naturalmente que terá o apoio de Espanha", afirmou, numa conferência de imprensa à margem de uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), o ministro espanhol, que em 2015 concorreu ao cargo, perdendo para o holandês Jeroen Dijsselbloem, que se apresta agora a despedir-se do Eurogrupo após dois mandatos.
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Apontando que já teve oportunidade de garantir o seu apoio a Centeno, tal como o ministro português lhe disse que contaria com o apoio de Portugal caso decidisse avançar, o que não é o caso, sublinhou - "não sou candidato" -, De Guindos comentou que se trata da "afinidade ibérica", que é bem conhecida, "e que sempre foi tradicional entre Espanha e Portugal".
De Guindos, que pertence à família política europeia do PPE (da qual fazem parte PSD e CDS-PP), disse desconhecer se Centeno "se vai candidatar ou não", mas comentou que, entre os 19 ministros que formam o fórum informal de ministros das Finanças da Zona Euro, há vários com capacidade para suceder a Dijsselbloem, entre os quais o ministro socialista português.
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Apontando que a escolha obedece ao cumprimento de vários equilíbrios que é necessário encontrar, geográficos e partidários, por exemplo - e à partida o cargo deverá ser destinado a um socialista, dado o PPE já ter a presidência da Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu -, De Guindos disse esperar que seja possível "encontrar um candidato de consenso", e admitiu que "já não há muito tempo", pois a eleição está agendada para a próxima reunião do Eurogrupo, em 4 de Dezembro.
No final da reunião do Eurogrupo de segunda-feira, Jeroen Dijsselbloem indicou que vai enviar uma carta a todos os ministros das Finanças a explicar todo o procedimento e calendário para a eleição do seu sucessor, apontando que quem decidir avançar com a sua candidatura "será convidado a fazê-lo ainda este mês".
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De acordo com as regras do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, os ministros que decidam candidatar-se ao cargo deverão fazê-lo até cerca de duas semanas antes da data da eleição, ou seja, até sensivelmente 20 de Novembro.
Até ao momento, ainda ninguém formalizou a candidatura -- para o fazer terá de enviar uma carta formal a dar conta da sua intenção -, mas já manifestaram publicamente "interesse" o ministro eslovaco, Peter Kazimir, a letã Dana Reizniece-Ozola, e o luxemburguês Pierre Gramegna.
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Centeno, que há meses tem sido apontado como uma forte possibilidade, ainda não assumiu formalmente a candidatura ao posto, mas no último Eurogrupo no qual participou, em 15 de Setembro passado, em Talin, admitiu que tem havido "um conjunto de conversas" sobre a possibilidade de se candidatar à presidência do Eurogrupo, e, sem assumir explicitamente essa candidatura, garantiu que Portugal participará activamente no processo.
"Vamos participar nessa discussão com a maior das tranquilidades, tendo como objectivo trazer para a Europa e para Portugal aquilo que de mais positivo conseguimos oferecer, e isso são as nossas ideias, a nossa participação e vamos ser muito activos nessa matéria", disse aos jornalistas, na ocasião.
Centeno deverá falar à imprensa no final da reunião de hoje do Ecofin.
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