ADSE quer comprar unidades de saúde mas a intenção gera críticas
Diversos membros do Conselho Consultivo da ADSE estão contra a intenção do instituto público de passar a prestar directamente cuidados de saúde, através da compra de participações em unidades já existentes ou mesmo da construção de novas unidades.
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Esta possibilidade, já enquadrada no diploma que há um ano transformou a ADSE em instituto público, é reiterada no plano estratégico que esteve esta segunda-feira em apreciação e que, tal como o Negócios noticiou na edição desta segunda-feira, é bastante claro neste aspecto.
A "forte dependência" de um número reduzido de prestadores de cuidados de saúde de grande dimensão, a necessidade de controlar e de reduzir custos e a intenção de oferecer serviços mais baratos aos beneficiários tornam "crucial que a ADSE passe a ter um conjunto restrito de prestadores de cuidados de saúde privilegiados (PPO) e/ou que passe mesmo a ser igualmente um prestador de cuidados de saúde", lê-se no documento oficial, a que o Negócios teve acesso. "Seja através de "participações financeiras em unidades de saúde já existentes" e que sejam de "reconhecida qualidade no mercado e próximas de focos populacionais, mas cuja gestão fique sob o controlo da ADSE" ou mesmo "através da construção e gestão de unidades próprias de prestação de cuidados de saúde".
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"Seja através de "participações financeiras em unidades de saúde já existentes" e que sejam de "reconhecida qualidade no mercado e próximas de focos populacionais, mas cuja gestão fique sob o controlo da ADSE" ou mesmo "através da construção e gestão de unidades próprias de prestação de cuidados de saúde".
"Vai-se estabelecendo algum consenso no Conselho Geral e de Supervisão de que o caminho que a ADSE deve seguir não deve ser o caminho de ter condições de prestar serviços aos beneficiários", afirmou ao Negócios José Abraão, da Fesap (UGT). "Por uma questão de risco e porque essa não é a matriz da ADSE".
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Também Eugénio Rosa, membro deste conselho ligado à CGTP, explica que a intenção não é pacífica. Porque a ADSE "não tem vocação" para isso e porque a saúde é uma área "extremamente crítica".
A questão é abordada com entusiasmo pelos autores desse plano estratégico para os próximos três anos, um documento oficial que também defende a celebração de acordos com prestadores "preferenciais" ou "privilegiados". Este seria, aliás, uma das formas de chegar ao objectivo final.
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O plano estratégico começou a ser discutido esta segunda-feira mas, de acordo com as mesmas fontes, ainda voltará a ser debatido numa próxima reunião.
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