Mendonça Mendes: Se demagogia pagasse imposto, direita constava da unidade de grandes contribuintes
"Se a demagogia pagasse imposto, estavam todos cadastrados na unidade de grandes contribuintes", disse Mendonça Mendes no debate em plenário em que foram debatidas várias propostas de alterações fiscais.
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Dirigindo-se ao PSD e ao CDS-PP, o governante considerou que "conseguem simultaneamente acusar de que há a maior carga fiscal de sempre" quando "votaram contra a descida de IRS e de IVA".
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"Em matéria fiscal era bom que a demagogia pagasse imposto, porque estávamos muito melhor em termos de receita", concluiu o governante na troca de acusações entre o Governo e a oposição PSD e CDS-PP sobre a carga fiscal, que equivale a cerca de 35% do Produto Interno Bruto (PIB).
Esta quinta-feira, no debate quinzenal na Assembleia da República, o primeiro-ministro e a líder do CDS-PP envolveram-se num debate sobre qual o governo que implementou a maior carga fiscal, se o atual (PS) ou o anterior (PSD/CDS-PP).
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António Costa rejeitou que o aumento da receita do Estado se tenha devido ao aumento de impostos e justificou que tal se deveu "ao aumento daquilo que são os rendimentos das famílias, que são o número de postos de trabalho criados e que é o crescimento da economia".
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"Aumento muito significativo do montante das contribuições para a Segurança Social. Porquê? Porque há mais 350 mil novos postos de trabalho e porque, felizmente, a massa salarial aumentou e, por isso, há mais contribuições", notou, rejeitando ter aumentado a Taxa Social Única (TSU) e salientando que, neste momento, existem "mais empregos e mais salários".
Na opinião de António Costa, esta "é uma receita virtuosa e não a receita viciosa que existiu no tempo do anterior Governo".
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"Eu até gostava de acreditar nas suas palavras. Mas, simplesmente, elas não correspondem à verdade", respondeu Assunção Cristas, defendendo que "uma coisa é dizer que, em absoluto, a receita fiscal aumentou em virtude da economia" e, "outra coisa, é dizer que aumentou acima do crescimento da economia, acima da criação de riqueza".
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Já na quarta-feira, o Ministério das Finanças tinha divulgado um comunicado a dizer que julgar a carga fiscal sobre os contribuintes apenas pela receita fiscal de um ano "resulta numa medida parcial e imprecisa" e "pode esconder encargos futuros", que recaem sobre as gerações seguintes.
Na nota intitulada "O presente e o futuro fiscal: carga fiscal e défice", o gabinete liderado por Mário Centeno começa por explicar que a despesa pública é financiada por três vias: os impostos, as receitas nãos fiscais (de que são exemplos a venda de bens e serviços, a venda de ativos ou a cobrança de rendas) e o endividamento, que "recai sobre as gerações futuras".
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A tutela prossegue que a relação entre a despesa, por um lado, e impostos e endividamento, por outro, "mostra como é importante saber não apenas que impostos se cobram em cada ano, mas também a parte da despesa que fica para pagar no futuro", isto é, "o défice orçamental que se materializa num aumento da dívida pública".
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As Finanças adiantam que aquele aumento da dívida pública vai traduzir-se no pagamento de juros em anos posteriores, "e, assim, onerar orçamentos futuros com mais impostos".
A nota do Ministério das Finanças é divulgada depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter revelado na semana passada que a carga fiscal em Portugal aumentou em 2018 face ao ano anterior e atingiu 35,4% do PIB, o valor mais alto desde pelo menos 1995.
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