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Joana Marques Vidal favorável à criminalização do enriquecimento injustificado proposta por juízes

"Estou integramente de acordo com a proposta para o enriquecimento injustificado apresentada pela associação de juizes", afirmou Joana Marques Vidal numa intervenção no Webinar "A eficácia e a celeridade da prevenção, da deteção e da repressão da corrupção", organizado pela plataforma do Crescimento Sustentável.

Joana Marques Vidal deixou marca histórica na PGR
Joana Marques Vidal deixou marca histórica na PGR
27 de Abril de 2021 às 22:10

A ex-procuradora-geral da República (PGR) Joana Marques Vidal afirmou hoje concordar totalmente com a proposta de criminalização do enriquecimento injustificado, apresentada pela associação de juízes.

"Estou integramente de acordo com a proposta para o enriquecimento injustificado apresentada pela associação de juizes", afirmou Joana Marques Vidal numa intervenção no Webinar "A eficácia e a celeridade da prevenção, da deteção e da repressão da corrupção", organizado pela plataforma do Crescimento Sustentável.

A associação dos juízes apresentou a proposta sobre o enriquecimento injustificado no ano passado e esta está atualmente na esfera da discussão política.

Outro assunto atual é a eventual criação de tribunais especializados, tendo Joana Marques Vidal, que atualmente desempenha funções de procuradora-geral adjunta (PGA) no Tribunal Constitucional, admitido essa possibilidade não para crimes específicos, mas para a área da criminalidade económica e financeira.

Joana Marques Vidal referiu também que o Ministério Público deve "olhar com muita atenção" para a forma como está a fazer a investigação na área da criminalidade económica e financeira e que "mais do que criar leis" é essencial "mais efetividade do modelo atual" pedindo mais e melhores instrumentos disponíveis para os investigadores. "Com as pessoas que temos poderíamos fazer melhor", observou, defendendo uma maior especialização dos magistrados.

A única referência que Joana Marques Vidal fez ao processo Operação Marquês, em que é arguido o ex-primeiro ministro José Sócrates, foi para dizer que a acusação "demorou quatro anos e não oito anos", lembrando que entre a acusação e o início da instrução decorreram dois anos e outros dois até à sua conclusão.

Ainda sobre os megaprocessos, a magistrada apontou como exemplo o processo BES, "que está há cerca de nove meses à espera de uma tradução", ressalvando que, quando se fala em excesso de tempo é necessário "olhar para toda a estrutura envolvida". "Não se pode conceber que haja processos destes sem que, desde o início, haja uma preocupação com todas as estruturas", frisou.

Outra das preocupações manifestadas pela magistrada em relação à investigação da corrupção e crimes conexos, cada vez mais complexos e sofisticados, é a inevitável transição digital, com a disponibilização de ferramentas mais avançadas, exemplificando com a "análise e cruzamento de informação" ou a "transcrição imediata de voz para escrita".

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