Brasil inicia processo de resposta a taxas dos EUA. China disposta a "reforçar apoio"

"As relações entre a China e o Brasil entraram no seu melhor momento histórico", disse o chefe da diplomacia chinesa.
Lula da Silva, presidente do Brasil
Eraldo Peres/AP
Negócios com Lusa 29 de Agosto de 2025 às 07:15

O Governo brasileiro autorizou o início de consultas para avaliar a aplicação da lei da reciprocidade contra as tarifas adicionais de 50% impostas pelos Estados Unidos a grande parte das importações do Brasil, de acordo com fontes diplomáticas.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) foi notificada na quinta-feira e tem 30 dias para fazer uma análise e determinar se as medidas tomadas pelo Governo norte-americano se enquadram na lei, disseram estas fontes à agência de notícias espanhola EFE.

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Em vigor desde julho, a lei da reciprocidade determina os procedimentos de proteção económica para responder a medidas ou barreiras unilaterais impostas por parceiros comerciais que restrinjam as exportações brasileiras.

Se a análise for positiva, a Camex vai criar um grupo de trabalho para sugerir contramedidas económicas, na área dos bens, serviços ou propriedade intelectual.

O Governo norte-americano vai ser notificado formalmente esta sexta-feira pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil e pode manifestar-se ao longo da investigação aberta pela Câmara de Comércio, escreveu ainda a EFE.

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O chefe da diplomacia chinesa garantiu ao homólogo brasileiro que a China está disposta a "reforçar o apoio mútuo" com o Brasil, cujos produtos enfrentam tarifas de 50% nos Estados Unidos, foi divulgado também nesta sexta-feira.

Wang Yi indicou numa conversa telefónica com Mauro Vieira, na quinta-feira, que "as relações entre a China e o Brasil entraram no seu melhor momento histórico", de acordo com um comunicado divulgado pelo ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

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O diplomata chinês assegurou que "a situação internacional atual é complexa e mutável" e que a China está disposta a fortalecer a coordenação com o Brasil "para combater o unilateralismo e a intimidação, proteger os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento e promover a reforma e a melhoria do sistema de governança global", de acordo com o texto.

Por sua vez, Vieira declarou que "o comércio internacional enfrenta uma grande incerteza e o multilateralismo enfrenta sérios desafios", de acordo com o mesmo comunicado.

"O Brasil espera fortalecer a comunicação e a coordenação com a China e as partes interessadas para explorar o apoio ao sistema multilateral de comércio", afirmou Mauro Vieira.

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