CEO do JPMorgan defende Powell dos ataques de Trump

“A independência da Fed é absolutamente crítica”, disse Jamie Dimon, numa chamada com analistas, alertando para as consequências da interferência política no banco central dos EUA.
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase
Giulia Marchi
Pedro Barros Costa 15 de Julho de 2025 às 23:09

O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, saiu esta terça-feira em defesa do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, que tem sido alvo de repetidos ataques por parte do Presidente dos EUA, Donald Trump, por não baixar as taxas de juro.

Numa “conference call” com analistas após a apresentação de resultados do banco, Dimon, um dos banqueiros mais respeitados em Wall Street, alertou que a “independência da Fed é absolutamente crítica – e não apenas para o atual presidente, Jay Powell, que respeito, mas para o próximo líder da Fed”.

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Dimon, apoiante de algumas políticas de Trump, como uma regulação da banca mais flexível, continuou as críticas: “Brincar com a Fed pode ter consequências, o absoluto oposto do que se poderia esperar”, disse o responsável, citado pelo Financial Times.  

Em Wall Street, cresce o receio de que as interferências de Trump na Fed possam afetar as duas pedras basilares do sistema financeiro norte-americano: os títulos do Tesouro dos EUA, ou “Treasuries”, e o dólar, assinala o Wall Street Journal, com potenciais consequências globais.       

As palavras de apoio de Dimon a Powell surgem num dia em que a Administração Trump voltou a atacar indiretamente o líder da Fed, - apesar de o mandato só terminar em maio do próximo ano.     

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"Existe um processo formal que já está a começar", disse numa entrevista à Bloomberg. "Existem muitos bons candidatos e vamos ver quão rápido evolui [o processo]", acrescentou Scott Bessent.       

Bessent – que tem sido um dos apontados para o cargo – sugeriu também que Powell abandone já no próximo ano o conselho de governadores da Fed, que tem direito a integrar até 2028, mesmo depois de sair da presidência do banco central.

Entre os frequentes insultos, ameaças de demissão e apelos a que baixe as taxas de juro por parte de Trump, Powell tem sido recentemente alvo de novos ataques pelos republicanos, devido a uma dispendiosa remodelação dos edifícios da Fed, no valor de 2,5 mil milhões de dólares – com uma derrapagem de cerca de 700 milhões.

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Apesar de o banco ter esclarecido que a remodelação vai resultar em maior eficiência e poupanças e que não incluiu elementos luxuosos, Powell está a ser acusado de não ter controlado os custos e de querer transformar a Fed no “Palácio de Versalhes”.         

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