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Câmara dos Representantes dá "luz verde" a isenções fiscais de Trump

O megapacote legislativo levanta preocupações com a saúde das contas públicas norte-americanas, principalmente depois de a agência financeira Moody's ter retirado o rating máximo aos EUA devido à subida da dívida pública.

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trump tarifas eua Mark Schiefelbein/AP
22 de Maio de 2025 às 13:05

Após semanas de conflitos internos e negociações de última hora, a Câmara dos Representantes norte-americana deu "luz verde" a um megapacote introduzido pelo Partido Republicano, que reduz despesas com apoios sociais e deve levar a um aumento substancial do défice do país. Esta legislação também torna permanentes as isenções fiscais introduzidas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, no seu primeiro mandato - que iriam expirar no final deste ano. 

Apesar de os republicanos terem uma maioria na câmara baixa do Congresso, a legislação acabou por passar por apenas um voto - e precisou da pressão de Trump para ver a luz do dia. Na quarta-feira, o líder dos EUA reuniu-se na Casa Branca com os republicanos que se oponham ao que diz ser uma "grande e bela legislação". 

O projeto parte agora para o Senado norte-americano, onde o Partido Republicano detém uma maioria ténue. De acordo com o jornal norte-americano Politico, o pacote legislativo deve sofrer grandes alterações antes de passar o crivo da câmara alta do Congresso. 

"Este grande e lindo projeto é o pacote legislativo mais consequente que qualquer partido alguma vez aprovou - certamente com uma maioria tão ténue", descreve Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes norte-americana e um dos principais impulsionadores da legislação, citado pelo jornal britânico Financial Times. "É um ponto de viragem na história dos EUA", adicionou, depois de ter passado as últimas 21 horas a negociar com os republicanos reticentes. 

Do outro lado da barricada, o democrata Hakeem Jeffries contraria a visão otimista. O líder do Partido Democrata dentro da câmara baixa do Congresso relembra que esta legislação vai privar 13,7 milhões de cidadãos americanos dos seus seguros de saúde e cortar vales-refeição - "que pôe comida na boca de várias crianças, pessoas com deficiência, veteranos e idosos". 

A organização não-partidária Committee for a Responsible Federal Budget estima que este megapacote vai aumentar o défice norte-americano em mais de 3,3 biliões de dólares durante a próxima década. A saúde das contas públicas do país tem sido cada vez mais uma preocupação dos mercados, principalmente depois de a agência financeira Moody's ter retirado o rating máximo aos EUA devido à subida da dívida pública, citando a degradação dos indicadores orçamentais e o crescimento da dívida pública. 

Mesmo antes da aprovação, e num encontro feito à porta fechada, o diretor executivo do JPMorgan Chase afirmou que este pacote legislativo de mais de mil páginas pode trazer "estabilidade" à política norte-americana, mas provavelmente terá "um impacto negativo no défice", citado pela Reuters. 

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