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Câmara dos Representantes dá luz verde a megapacote de 3,4 biliões de dólares de Trump

É uma vitória esmagadora para a atual administração. Os EUA vão tornar permanentes isenções fiscais, diminuir impostos e cortar apoios como o Medicaid, do qual dependem milhões de famílias. A Big Beautiful Bill está aprovada.

Trump tem agora de promulgar o diploma
Trump tem agora de promulgar o diploma Mark Schiefelbein/AP
03 de Julho de 2025 às 20:10

Mesmo a tempo do prazo imposto por Donald Trump, que queria que a legislação passasse antes do Dia da Independência, a Câmara dos Representantes decidiu dar "luz verde" ao mepacote fiscal da administração norte-americana, avaliado em mais de 3,4 biliiões de dólares. O projeto, que carece agora apenas da assinatura do Presidente dos EUA, torna permanentes as isenções fiscais introduzidas no primeiro mandato do republicano, ao mesmo tempo que desce impostos, corta subsídios e reverte grande parte do trabalho de Joe Biden para tornar a economia do país mais "verde". 

O pacote legislativo passou, pela segunda vez, o escrutínio da Câmara Baixa do Senado norte-americano por uma pequena margem. Foram apenas quatro votos que separaram a aprovação da rejeição, com os republicanos a adiarem por várias horas a votação final para conseguirem convencer um pequeno grupo de deputados a votarem a favor do projeto. Ao longo das últimas semanas, o próprio Presidente teve de intervir várias vezes junto do seu partido para assegurar a aprovação, com vários elementos a fazerem "soar os alarmes" em torno dos cortes no Medicaid - o programa de saúde social dos EUA para famílias de baixo rendimento. 

"[Esta legislação] trata-se de repor a sanidade a uma terra que a tinha perdido, cortando desperdício e controlando gastos imprudentes", declarou Jason Smith, líder do comité do Congresso norte-americano com a pasta da política fiscal. "Exige que quem poder trabalhar, tem de o fazer. O país deixa de pedir às famílias trabalhadoras que paguem a fatura das más decisões de Washington", concluiu Smith em declarações após a aprovação do documento. 

Do outro lado da barricada, as críticas são duras, com os democratas a acusarem Trump de cortar o Medicaid a milhões de pessoas para financiar cortes de impostos e isenções fiscais para os mais ricos. "Esta legislação vai acabar com o Medicaid como o conhecemos. Vai fechar hospitais e lares de idosos - tudo para dar benefícios a quem já os tem", afirmou o líder democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, num discurso que demorou mais de oito horas e quebrou o recorde de intervenção mais longa neste órgão legislativo. 

A organização não-partidária Committee for a Responsible Federal Budget estima que este megapacote vai aumentar o défice norte-americano em mais de 3,4 biliões de dólares durante a próxima década. A saúde das contas públicas do país tem sido cada vez mais uma preocupação dos mercados, principalmente depois de a agência financeira Moody's ter retirado o rating máximo aos EUA devido à subida da dívida pública, citando a degradação dos indicadores orçamentais e o crescimento da dívida pública. 

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