China rejeita críticas dos EUA e mantém compra de petróleo russo
A China voltou a defender esta sexta-feira as importações de petróleo russo, rejeitando as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar novas tarifas a Pequim. A reação surge dias depois de Washington ter imposto tarifas secundárias à Índia pelas compras de energia a Moscovo.
"É legítimo e legal que a China conduza uma cooperação económica, comercial e energética normal com todos os países do mundo, incluindo a Rússia", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado, citado pela Bloomberg. "Continuaremos a adotar medidas razoáveis de segurança energética de acordo com os nossos interesses nacionais", acrescentou.
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No início da semana, Trump disse que poderia punir a China com tarifas adicionais devido às suas compras de petróleo à Rússia, alertando que “isso pode acontecer”. Ainda assim, o seu principal conselheiro, Peter Navarro, minimizou a probabilidade de novas taxas sobre as exportações chinesas, reconhecendo que tarifas mais elevadas “podem prejudicar os EUA”.
Também na quinta-feira, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou à Fox News que tarifas sobre a China por causa das compras de petróleo russo “podem estar em cima da mesa em algum momento”.
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Segundo os dados mais recentes da alfândega chinesa, as importações de Moscovo aumentaram em julho para 10,06 mil milhões de dólares, o valor mais alto desde março, embora no acumulado do ano ainda estejam 7,7% abaixo face ao mesmo período de 2024.
As relações comerciais entre Washington e Pequim têm estado mais estáveis desde que os dois países acordaram suspender tarifas elevadas enquanto negociam um acordo. Esta trégua expira na próxima terça-feira, dia 12 de agosto, mas Trump afirmou esta semana estar “muito perto” de um entendimento para prolongá-la.
A tensão com a China surge num momento em que Trump também elevou a pressão sobre a Índia. O presidente norte-americano assinou recentemente uma ordem executiva que duplica de 25% para 50% as tarifas sobre bens indianos, medida que entrará em vigor dentro de 21 dias, em retaliação pelas compras de petróleo russo.
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