Madrid acolhe nova nova ronda de negociações comerciais entre EUA a China

Esta nova ronda de negociações foi anunciada apenas um dia após os ministros da Defesa da China e dos EUA terem mantido uma videoconferência "franca e construtiva", num sinal aparente de que as duas potências procuram reduzir tensões e restaurar canais de diálogo.
Estados Unidos anunciam nova ronda de negociações comerciais com a China
Jessica Lee / Lusa - EPA
Lusa 07:28

A China e os Estados Unidos vão realizar nos próximos dias uma nova ronda de negociações comerciais em Madrid, que incluirá temas como TikTok e o combate ao branqueamento de capitais, anunciou esta sexta-feira o Departamento do Tesouro norte-americano.

Em comunicado, o Tesouro indicou que o secretário Scott Bessent viajará para Espanha e Reino Unido entre esta sexta-feira, 12 de setembro, e a próxima quinta-feira, dia 18.

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Durante a estadia em Espanha, Bessent reunir-se-á com "altos responsáveis" da China, incluindo o vice-primeiro-ministro He Lifeng, responsável pelas negociações comerciais nas rondas anteriores entre os dois países, que decorreram em Genebra, Londres e Estocolmo.

Segundo o comunicado, Bessent e He Lifeng irão discutir "questões-chave de interesse mútuo nas áreas da segurança nacional, economia e comércio", incluindo a aplicação de vídeos curtos TikTok e mecanismos de cooperação para combater redes de lavagem de dinheiro que afetam tanto os Estados Unidos como a China.

O texto não especifica a data exata do encontro e até ao momento as autoridades chinesas não confirmaram oficialmente a realização da reunião.

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O Tesouro dos EUA acrescentou que Bessent manterá encontros com membros do Governo espanhol para discutir a relação bilateral, antes de seguir para o Reino Unido, onde terá reuniões com representantes do Executivo e do setor privado, antecedendo a participação na visita oficial do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao rei Carlos III, agenda para a próxima semana, entre 17 e 19 de setembro.

Esta nova ronda de negociações foi anunciada apenas um dia após os ministros da Defesa da China e dos EUA terem mantido uma videoconferência "franca e construtiva", num sinal aparente de que as duas potências procuram reduzir tensões e restaurar canais de diálogo.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, os contactos em curso poderão preparar o terreno para o primeiro encontro presencial entre Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, desde o regresso do republicano à Casa Branca.

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Ambos os líderes poderão encontrar-se no final de outubro, durante a cimeira da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), prevista para Gwangju, na Coreia do Sul.

As duas maiores economias do mundo renovaram em agosto, até meados de novembro, a trégua comercial alcançada em maio, depois de um novo ciclo de aumentos tarifários lançado por Trump, que levou a um bloqueio comercial cruzado.

Desde então, Washington e Pequim assinaram uma série de acordos, levantando restrições à exportação de semicondutores por parte dos Estados Unidos e ao envio pela China de terras raras.

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As tensões, no entanto, persistem. Nas últimas semanas, Trump ameaçou impor novas taxas aduaneiras à China, caso Pequim não garanta o fornecimento contínuo de terras raras -- matérias-primas estratégicas para os setores dos 'chips', defesa, aeronáutica e automóvel -- e exigiu ainda que a China retire o seu apoio à Rússia.

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