Rússia inicia novas manobras militares junto à fronteira com a Ucrânia
Mesmo depois de na quarta-feira o Presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, ter revelado que Kiev não pretende avançar com qualquer tipo de resposta militar contra a provável aprovação popular, em referendo, de ver a região da Crimeia ser integrada no território russo, o Kremlin resolveu iniciar um novo conjunto de exercícios militares junto à fronteira leste da Ucrânia.
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Esta decisão, revela o "The Guardian", surge na sequência da aprovação por unanimidade, pelo Parlamento ucraniano, da criação de uma força militar securitária de cerca de 60 mil elementos com o objectivo de impedir qualquer avanço das forças militares russas para além da região da Crimeia.
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A região da Crimeia, que deverá votar a favor da integração na Rússia este domingo, 16 de Março, é já dada como perdida pelas autoridades de Kiev. Recorde-se que desde há cerca de três semanas a península autónoma da Crimeia permanece sob controlo de vários homens armados pró-russos.
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Mas a Crimeia não é a única região ucraniana com uma maioria de população russófona. Ainda na semana passada o Parlamento da maior cidade da zona oriental da Ucrânia, Donekst, foi invadido por manifestantes pró-russos.
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Recorde-se que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu desde o início da crise que Moscovo iria "defender os interesses e direitos de todos os descendentes russos". As regiões a leste da Ucrânia, que fazem fronteira com a Rússia, também são compostas por uma grande percentagem de cidadãos descendentes russos.
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Desde o início da crise na Ucrânia, esta é já a segunda vez que forças militares russas iniciam manobras militares de alerta ao longo da fronteira terrestre que separa a Ucrânia da Rússia. Tendo em conta os dados disponíveis, parece que o Kremlin pretende assumir nova posição de força dissuasora de qualquer intuito bélico ucraniano.
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Neste momento a Crimeia parece ter o destino definido, faltando saber como a Rússia irá processar a vontade popular desta região, sendo que já tem agendada uma discussão, este mês, sobre como agilizar a legislação por forma a garantir uma mais fácil integração da Crimeia.
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Neste momento cabe a Kiev tentar proteger a integridade territorial do país e assegurar a manutenção da região oriental cuja capital é Donekst. Mas Putin assegurou que pretende defender "o interesse" das populações russófonas, e as manobras militares iniciadas esta quinta-feira parecem uma prova disso mesmo.
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