Russos votam a partir de hoje um novo Presidente. Já se sabe quem será vencedor
A partir de hoje, e durante três dias, os russos são chamados às urnas para eleições presidenciais, e é sem surpresa que observadores de todo o mundo não hesitam em dar já Vladimir Putin como vencedor.
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Putin, de 71 anos, anunciou em dezembro que seria candidato pela quinta vez, ao fim de 24 anos no poder - destes, quatro foram como primeiro-ministro, de modo a contornar o limite de dois mandatos. Entretanto, alterações constitucionais fizeram com que possa voltar a concorrer em 2030.
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Nas últimas eleições, em 2018, 68% dos eleitores foram às urnas, de acordo com estatísticas oficiais, mas, lembra a BBC, os observadores internacionais deram conta de vários casos de fraude eleitoral, com uma só pessoa a submeter vários votos - o chamado " ballot-stuffing".Apesar das suspeitas de interferência com o processo eleitoral, as sondagens e entrevistas a russos apontam, ainda assim, para uma elevada popularidade do antigo agente da KGB, reforçada pela guerra na Ucrânia. "Apoio Putin e, claro, vou votar nele. Putin reerguei uma Rússia que estava de joelhos. E a Rússia vai derrotar o Ocidente e a Ucrânia. Não é possível derrotar a Rússia - nunca. Vocês no Ocidente enlouqueceram? O que é que a Ucrânia tem a ver convosco?", disse à Reuters Lyudmila Petrova, de 46 anos.
"Não tenham dúvidas: este é um emprego para a vida. Putin não tem concorrência - está a um nível completamente diferente. O Ocidente cometeu um erro grave ao ajudar a unificar uma grande parte da elite russa e da população russa em torno de Putin com as suas sanções e vilificação da Rússia", disse um "poderoso russo, conhecedor do pensamento na cúpula do Kremlin", entrevistado pela agência sob condição de anonimato.
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Na lista de Vladimir Putin às eleições está Nikolai Kharitonov, do Partido Comunista, o segundo mais popular. Os outros dois candidatos são Leonid Slutsky, do LDPR (Partido Liberal Democrata da Rússia), e Vladislav Davankov, do New People, um partido liberal pró-empresas. Todos são descritos como apoiantes das políticas do Kremlin. No campo da oposição, Boris Nadezhdin anunciou intenção de concorrer, com milhares de pessoas a fazerem fila para dar assinaturas para viabilizar a candidatura, mas as autoridades rejeitaram-na, dizendo que mais de 15% das assinaturas recolhidas não era válidas. Nadezhdin, um assíduo convidado da televisão estatal, tem sido crítico - ainda que forma suave - da guerra na Ucrânia.
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Quase todos os líderes da oposição estão exilados, presos ou mortos. Alexei Navalny, o exemplo mais recente, morreu a 16 de fevereiro, quando cumpria pena de prisão numa colónia penal na Sibéria.
Quase todos os líderes da oposição estão exilados, presos ou mortos. Alexei Navalny, o exemplo mais recente, morreu a 16 de fevereiro, quando cumpria pena de prisão numa colónia penal na Sibéria.
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