Tréguas na guerra comercial entre EUA e China

Os Estados Unidos e a China concordaram em suspender, por agora, as subidas das tarifas alfandegárias até negociarem um acordo mais extenso.
Trump Xi Jinping
Reuters
Alexandra Machado 20 de Maio de 2018 às 19:00

A guerra comercial entre os Estados Unidos da América e a China está, de momento, "suspensa", depois das duas maiores economias mundiais terem acordado manter inalteradas as taxas aduaneiras entre os dois países até que um acordo mais vasto seja alcançado.

PUB

O secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, confirmou à Fox essa mesma decisão: "estamos a por em suspenso a guerra comercial. Neste momento, concordámos esperar para avançar com as novas tarifas".

No sábado, Pequim e Washington declararam que vão continuar as negociações no âmbito das quais a China compromete-se a comprar mais energia e bens agrícolas aos Estados Unidos da América, para reduzir o défice comercial norte-americano com o país asiático, cifrado em 335 mil milhões de dólares.

PUB

"Para satisfazer as crescentes necessidades de consumo do povo chinês e o requisito de desenvolver a economia, a China aumentará as suas compras de bens e serviços aos Estados Unidos. Ambas as partes também acordaram aumentos substanciais nas exportações agrícolas e energéticas dos Estados Unidos", acrescenta o comunicado de sábado.

Segundo a Reuters, na primeira reunião os Estados Unidos colocaram em cima da mesa a exigência desse défice ser reduzido em 200 mil milhões de dólares, mas na declaração bilateral de sábado não foi revelado qualquer número. Nenhuma das partes confirma este valor e a China chegou mesmo a desmentir (antes de sábado) que esse valor estivesse a ser falado. O conselheiro económico da Casa Branca, Larry Ludlow, declarou à CBS ser ainda cedo para se falar dos 200 mil milhões de dólares. "Os detalhes estão a ser preparados. Estas coisas não são, assim, tão precisas". E revelou que o presidente Trump está optimista. Ainda que não haja já um acordo comercial acertado.

PUB

Um dos próximos passos será a ida do secretário de estado do Comércio, Wilbur Ross, à China para verificar os sectores em que haverá aumento das importações chineses provenientes dos Estados Unidos. Mnuchin diz acreditar que haverá um aumento de 35% a 40% das importações agrícolas pela China este ano, bem como uma duplicação das compras de energia nos próximos 3 a 5 anos. "Temos objectivos específicos. Mas não vou revelá-los publicamente", declarou o responsável do Tesouro.

Ainda que os detalhes não tenham sido dados, nomeadamente sobre a possibilidade dos Estados Unidos aligeirarem a pressão e as sanções sobre a ZTE impostas no mês passado, há no entanto uma base de trabalho. Aliás, a própria China reconhece-o. O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, disse à agência Xinhua que os dois Governos acordaram "não se envolver numa guerra comercial". 

PUB

Em Março, Donald Trump abriu uma batalha com a China, ao impor um aumento das taxas aduaneiras aos produtos chineses de 25%, num valor global estimado de 60 mil milhões de dólares. Tendo a China retaliado com taxas que no global abrangiam idêntico valor. A guerra comercial foi escalando, tendo Trump chegado mesmo a sugerir que poderia aumentar os produtos abrangidos por maiores taxas. Não o fez e a guerra, ainda que não acabada, está agora em período de tréguas.

Saber mais sobre...
Saber mais EUA China guerra comercial
Pub
Pub
Pub