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Explosões ouvidas na capital do Zimbabué e militares nas ruas de Harare

Três explosões fortes foram ouvidas esta noite na capital do Zimbabué, sendo visíveis veículos militares nas ruas de Harare.

15 de Novembro de 2017 às 00:28

Antes, durante o dia, o partido do Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, acusou o chefe das Forças Armadas de "conduta de traição", depois de este lhe ter dirigido na segunda-feira um aviso sem precedentes. Esta é a primeira vez que se assiste a uma divergência aberta entre Mugabe os militares.

Em comunicado, o partido presidencial, Zanu-PF, afirma que as críticas do chefe das Forças Armadas, o general Constantino Chiwenga, eram "claramente destinadas a perturbar a paz nacional (...) e demonstram uma conduta de traição da sua parte, já que foram feitas para incitar à sublevação".

Na terça-feira, foram vistos vários tanques em movimento perto da capital, Harare, fazendo aumentar o clima de tensão e a preocupação dos habitantes, um dia após a advertência sem precedentes feita pelo chefe das Forças Armadas a Robert Mugabe.

A razão da presença dessa coluna militar não ficou imediatamente esclarecida, não estando o porta-voz do exército contactável, segundo a agência noticiosa francesa AFP.

Na segunda-feira, o general Chiwenga condenou a expulsão do vice-presidente do país, Emmerson Mnangagwa, na semana passada, e avisou que o exército poderia "intervir" se não acabasse a "purga" dentro da Zanu-PF, no poder desde a independência, em 1980.

Mnangagwa, de 75 anos, há muito considerado o delfim do Presidente, foi humilhado e demitido das suas funções na semana passada e fugiu do país, após um braço-de-ferro com a primeira-dama, Grace Mugabe, de 52 anos.

O antigo vice-Presidente era visto como um dos mais fiéis discípulos de Mugabe, tendo trabalhado ao seu lado durante mais de 40 anos, e tinha ligações estreitas com os militares.

Grace Mugabe, figura controversa, conhecida pelos seus ataques de cólera e dirigente do braço feminino do partido do marido, tem muitos opositores no partido e no Governo.

As declarações do chefe das Forças Armadas parecem visar os esforços cada vez mais ostensivos de Grace Mugabe para se aproximar do poder e criticar publicamente os seus opositores, entre os quais Mnangagwa.

Com o afastamento deste, ela fica na posição ideal para suceder ao marido, de 93 anos, que, apesar da idade avançada e da saúde frágil, foi nomeado pela Zanu-PF como candidato às eleições presidenciais de 2018.

 

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