BCE demarca-se das declarações de Nowotny
"Penso que agora é tempo de uma normalização gradual da política monetária", afirmou Ewald Nowotny, citado pela Reuters esta terça-feira, 10 de Abril. O responsável pelo banco central da Áustria adiantou que "esta normalização requer um delicado equilíbrio de medidas, bem como uma sequência temporal cuidadosa", acrescentou.
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E neste raciocínio Nowotny defendeu que há riscos quer de se tomarem medidas demasiado agressivas ou demasiado tarde.
Nowotny, um dos governadores do BCE mais antigos, adiantou que o programa de compra de activos (actualmente de 30 mil milhões de euros mensais) deve terminar até ao final do ano, algo que, aliás, já é antecipado pelo mercado. Esta medida abrirá a porta a alterações da política de juros da autoridade monetária.
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O responsável especificou como poderá começar esta mudança na política de juros: "não haveria problema em subir [a taxa dos depósitos] de -0,4% para -0,2% como um primeiro passo", afirmou em entrevista à Reuters. A taxa dos depósitos é o juro suportado pelos bancos para colocarem dinheiro junto do BCE.
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Com uma taxa de juro negativa, os bancos acabam para pagar ao BCE para terem lá o dinheiro depositado. Esta medida foi implementada pelo BCE no centro da crise financeira que levou os bancos a correrem para o banco central e a não se financiarem entre si de forma a protegerem-se de eventuais problemas financeiros de um congénere. Ao colocar os juros num patamar negativo, o banco central tentou incentivar as instituições a retirarem de lá o seu dinheiro e a emprestarem a outros bancos, incentivando desta forma o regresso à normalidade do sistema interbancário.
Fonte oficial do BCE reagiu às declarações do responsável austríaco, rejeitando ser esta a posição do próprio banco central. "As visões do governador Nowotny são suas" e "não representam a visão do concelho" do BCE, afirmou à Bloomberg fonte oficial da autoridade monetária.
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