Von der Leyen diz que euro é "símbolo dos ideais e da estabilidade" promovida na UE
Scholz: "A Zona Euro tem capacidade para defender a sua moeda, o euro é irreversível”
Metsola destaca "papel central" do BCE na "estabilidade e crescimento" da União Europeia
Von der Leyen diz que euro é "símbolo dos ideais e da estabilidade" promovida na UE
- Sem euro, moedas nacionais teriam desvalorizado mais 14% na crise financeira e 10% na pandemia
- Scholz: "A Zona Euro tem capacidade para defender a sua moeda, o euro é irreversível”
- Metsola destaca "papel central" do BCE na "estabilidade e crescimento" da União Europeia
- Von der Leyen diz que euro é "símbolo dos ideais e da estabilidade" promovida na UE
O euro "proporcionou estabilidade, soberania e solidariedade aos europeus". É assim que a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, classifica a evolução da moeda única, na comemoração dos 25 anos da autoridade monetária.
Estabilidade porque assegurou a proteção do Mercado Único de flutuações cambiais, impossibilitando ataques especulativos. Soberania ao aumentar a independência da Europa em termos de políticas face a outros grande intervenientes. E solidariedade ao ser "o símbolo mais poderoso e tangível da unidade europeia que as pessoas encontrariam no seu quotidiano", afirmou a francesa.
No discurso de abertura das comemorações, Christine Lagarde avançou que as estimativas de especialistas do BCE sugerem que, se o euro não tivesse sido introduzido, a depreciação das anteriores moedas de alguns países da área do euro face ao dólar dos Estados Unidos poderia ter sido até 14% maior durante a crise financeira mundial e até 10% maior durante a pandemia.
"Devemos estar gratos pela previdência dos fundadores visionários da Europa. Quando o euro nasceu em 1 de janeiro de 1999, nunca poderiam imaginar as crises que nos esperavam", disse Lagarde, lembrando a crise das "dotcom" com o primeiro presidente do BCE, Wim Duisenberg, crise financeira com Jean-Claude Trichet e Mario Draghi, bem como a pandemia e a guerra na Ucrânia já sob a sua liderança.
"Graças, em grande parte, à nossa união monetária, conseguimos resistir a tudo isto – e sair um pouco mais fortes de cada vez", afirmou. "Este êxito não significa, porém, que o nosso trabalho esteja terminado. Significa que estamos agora em condições de fazer as melhores escolhas para a nossa união monetária – em vez de para ter ou não uma união".
Segundo a presidente do BCE, chegou o momento de escrever o próximo capítulo da história do euro, numa altura em que a autoridade monetária tem subido as taxas de juro para tentar travar a escalada da inflação. "Para o BCE, a prioridade imediata e máxima é assegurar o retorno atempado da inflação ao nosso objetivo de médio prazo de 2%. O que faremos", garantiu.
Christine Lagarde deixou ainda um recado aos vários governos da Zona Euro. "Contamos também com outros decisores de políticas para fazerem a sua parte. Uma união monetária não é um ponto final – é um processo constante de garantia de união. Um processo que cada geração de líderes tem de prosseguir", acrescentou.
As sucessivas crises que os países da Zona Euro têm enfrentado permitem hoje dizer que "a Zona Euro tem capacidade para defender a sua moeda contra todos os desafios", afirmou Olaf Scholz, chanceler alemão, durante a celebração do 25.º aniversário do Banco Central Europeu (BCE).
Dando como exemplo a crise financeira, a pandemia e as consequências económicas da guerra levada a cabo pela Rússia na Ucrânia, o chanceler alemão defendeu que o "euro é irreversível". E o BCE, continuou, "desempenhou um papel imprescindível nisto".
"Muitos temiam que a Zona Euro iria quebrar, mas o BCE manteve-se fiel ao seu mandato", afirmou, referindo que "após os primeiros 25 anos, podemos dizer que a nossa moeda única é atrativa, segura e estável".
Para Scholz, "é seguro dizer que o BCE tem sido uma âncora para a estabilidade na Zona Euro", sobretudo numa altura em que "a guerra na Ucrânia, uma catástrofe para os ucranianos, tem colocado aos países da região um teste".
Naquela que foi descrita pela presidente do BCE, Christine Lagarde, como "uma reunião familiar", o chanceler alemão saudou ainda a entrada da Croácia à lista de países da moeda única, reiterando ter confiança de que "a Zona Euro vai continuar a crescer. "Afinal, o euro tornou-se um dos projetos mais bem-sucedidos da UE", defendeu.
O chanceler alemão saudou ainda o projeto do euro digital, que, classificou, como "um ambicioso projeto que vai fortalecer a região" e apelou ao BCE que continue a ser fonte de "estabilidade, independência e confiança".
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, destacou o "papel central para o sistema bancário, para a estabilidade económica, para o crescimento sustentável" da União Europeia, na comemoração dos 25 anos do BCE.
Roberta Metsola recordou que, com o "whatever it takes" de Mario Draghi, o BCE foi capaz de evitar e "dar confiança aos investidores, mercados, à banca e aos cidadãos". "Deu-nos a viragem que tanto precisávamos", disse, sublinhando que essas três palavras se tornaram "um mantra" para a autoridade monetária e para "toda a União Europeia".
Esses mesmo "espírito" foi, segundo a presidente da Comissão Europeia, necessário há dois anos, quando a pandemia da covid-19 começou a afundar a economia europeia. Depois disso, destacou que a "resiliência" da UE continua a enfrentar sérios desafios, com o início da guerra na Ucrânia e a crise energética.
"Mas a economia europeia continua a mostrar resistência. Mostrámos que conseguimos absorver os choques através dos nossos sistemas. E o BCE tem tido um papel crucial na liderança e força da natureza que é a presidente Largarde", disse.
Perante a atual escalada da inflação na Zona Euro, Roberta Metsola frisou que o BCE tem "atacado a inflação de uma forma corajosa", com a subida dos juros, "restaurando a confiança no sistema". "Temos de manter essa trajetória, mas mantermo-nos vigilantes", defendeu.
Para Roberta Metsola, a União Europeia deve completar a União Bancária e a União do Mercado de Capitais.
Coube à presidente da Comissão Europeia o discurso de encerramento da comemoração dos 25 anos do BCE. Ursula von der Leyen começou por referir que, no arranque do ano, esteve em Zagreb para celebrar a adesão da Croácia ao euro e que nesse dia viu que "o euro é muito mais do que dinheiro no bolso".
"O euro define de muitas maneiras o que somos como União: uma união entre a identidade nacional e um destino europeu. O euro é um símbolo dos ideais que partilhamos e da estabilidade que promovemos. São 20 Estados-membros, 350 milhões de cidadãos, uma moeda única", referiu Ursula von der Leyen.
Para Ursula von der Leyen, a resposta aos desafios das transições climática e digital é "uma moeda forte e confiável" e, por isso, a estratégia de crescimento europeu definida por Bruxelas, que assenta no Green Deal, conta com o euro como "moeda para o financiamento sustentável" e tem o BCE como "um parceiro de confiança". "O BCE está a desempenhar o seu papel – desde a avaliação dos riscos financeiros relacionados com as alterações climáticas, às operações de política monetária mais verdes e que ajudam a ampliar o financiamento verde", disse. "
"O BCE está a desempenhar o seu papel – desde a avaliação dos riscos financeiros relacionados com as alterações climáticas, às operações de política monetária mais verdes e que ajudam a ampliar o financiamento verde", disse.
Saber mais sobre...
Saber mais economia negócios e finanças macroeconomia Banco Central Europeu Christine Lagarde moeda única EuroMais lidas
O Negócios recomenda