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Leilão de empresas de líder desportivo que faliram com dívidas de 35 milhões não chega aos 4 milhões

A fabricante de têxteis-lar vimaranense Be Stitch e a imobiliária HCOR, que pertenciam a Rui Machado, presidente do Pevidém Sport Clube, deixaram dívidas a mais de 200 credores, entre os quais o IAPMEI (948 mil euros), a Segurança Social (823 mil) e o Fisco (147 mil).

22 de Julho de 2025 às 19:22

Chegou a faturar mais de 30 milhões de euros, tudo em exportações, e a empregar cerca de 250 pessoas, mas no verão de 2023, duas décadas após ter sido criada por Rui Machado, licenciado em Gestão, a fabricante de têxteis-lar Be Stitch, de Guimarães, informava os seus 60 trabalhadores, por carta, de que estavam despedidos.  

Na missiva, a Be Stitch justificava que “a crise que neste momento atravessa o setor têxtil” atingiu a empresa, “afetando a sua tesouraria”, daí que a “diminuição da procura dos bens e serviços desta empresa obriga à redução dos seus custos operacionais”, pelo que iriam proceder à sua “reorganização e reestruturação”.

Alegando que “o mercado não permite prever uma recuperação que justifique a manutenção dos postos de trabalho em causa, cujo custo se torna demasiado oneroso em face dos resultados expectáveis”, a empresa “não tem, por isso, condições para continuar a laborar com todos os seus trabalhadores, não lhe restando outra alternativa senão promover o despedimento coletivo”, rematava.

Logo depois, a Be Stitch aderia ao Processo Especial de Revitalização (PER), ao qual se apresentou com uma dívida de 25,1 milhões de euros a um total de 210 credores.

Entre os maiores credores contam-se entidades estatais, como o IAPMEI (948 mil euros), a Segurança Social (823 mil euros) ou o Fisco (107 mil euros), bancos como o Novo Banco (2,8 milhões de euros), o BBVA (2,6 milhões de euros), o BCP (1,6 milhões de euros) ou o Crédito Agrícola (1,4 milhões), a Vipetrade – Comércio Internacional (4,3 milhões) e até a SAD do Vitória de Guimarães (55 mil euros).

Mas o plano de recuperação da empresa acabaria por não ser homologado pelo tribunal, colocando a Be Stitch na insolvência, que foi decretada em maio do ano passando. A empresa seguiu, então, para liquidação.

A imobiliária HCOR, dona do imóvel onde a Be Stitch laborava e que tinha como único sócio-gerente Rui Machado, viria também a entrar em PER, em agosto do ano passado, com dívidas de 10,9 milhões de euros, dos quais 7,3 milhões à LC Asset 2, que comprou estes créditos ao Santander, 2,5 milhões à Vipetrade e mais de 40 mil euros ao Fisco.

Na ausência de plano de recuperação, a HCOR foi decretada insolvente em março deste ano, seguindo igualmente para liquidação.

Entretanto, após uma falhada primeira tentativa de venda para os bens móveis da Be Stitch, através de leilão presencial em outubro passado, as respetivas massas falidas assumiram a estratégia de conjugar os ativos das duas insolventes, incluindo o imóvel onde laborava a têxtil.

Num leilão eletrónico iniciado no dia 22 deste mês, havia meia dúzia de combinações de venda possíveis, sendo que a maior, a da universalidade dos bens – as duas unidades de produção (uma de tinturaria e acabamento e outra de tecelagem e confeção/logística), o armazém e os veículos -, foi colocada na plataforma da leiloeira Leilosoc com o valor base fixado em 7,086 milhões de euros e o mínimo em 6,023 milhões de euros.

O leilão online terminou às 18 horas desta terça-feira, 22 de julho, sem firmar uma só oferta pela universalidade dos bens.

Mas registou ofertas em duas das combinações de venda: pelo armazém localizado no parque Industrial de Mide, em Lordelo, concelho de Guimarães, que tem uma área bruta de construção de 9.792 metros quadrados e está implantado num terreno com 17.550 metros quadrados; e pelas máquinas e equipamentos para tinturaria e acabamentos.

Relativamente à primeira combinação, a melhor licitação foi de 3,2 milhões de euros, muito abaixo do valor mínimo de venda, que estava fixado em 4,286 milhões de euros, pelo que terá de ir a comissão de credores, que poderá rejeitar a oferta.

O mesmo irá acontecer à oferta registada relativa à segunda combinação, que não foi além dos 650 mil euros, quando o valor mínimo de venda estava fixado acima dos 746 mil euros.

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