António Filipe vai "até ao fim". Marques Mendes critica "insinuações" e Seguro quer ser "equilíbrio"
O candidato presidencial Luís Marques Mendes criticou este domingo em Alenquer alguns dos seus adversários por fazerem insinuações e calúnias com denúncia anónima ao Ministério Público a um mês das eleições presidenciais.
"Alguns dos meus adversários, como Cotrim de Figueiredo, Gouveia e Melo ou André Ventura passam a vida a fazer insinuações e ataques pessoais a mim e à minha candidatura. Acho uma coisa feia. Eu sou sério, mas não sou ingénuo. Sei porque é que fazem, porque estou em alta nas sondagens e sou o único que as sondagens dizem que ganha a todos à segunda volta", afirmou aos jornalistas Marques Mendes.
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Para o candidato presidencial, "acontecer a 30 dias de eleições uma denúncia anónima para o Ministério Público, que o próprio Ministério Público considerou sem sentido e sem fundamento, isso sim acho que é calúnia e é inaceitável em democracia", acrescentou.
Luís Marques Mendes apelou a uma campanha "de nível elevado" para "discutir ideias" e não "insinuações e ataques pessoas". O candidato presidencial defendeu que todos devem ser escrutinados, que "é um dever de todos os candidatos presidenciais", motivo pelo qual tomou a iniciativa de divulgar a lista dos clientes da empresa que teve. "Não era obrigado, mas entendi em consciência fazê-lo por uma razão simples: quem não deve, não teme". De igual modo, disse que, após a campanha, vai cumprir a lei e divulgar os seus financiadores da campanha.
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O candidato presidencial António José Seguro alertou, em Ermesinde, concelho de Valongo, para o perigo da falta de um equilíbrio político em Portugal que promova condições para que a direita mude a Constituição portuguesa."Eu quero ser o presidente de todos os portugueses. É essa a natureza constitucional da Presidência da República. Um presidente leal à Constituição. Um presidente que vem para equilibrar um sistema político que está excessivamente desequilibrado para um dos campos, onde esse campo consegue fazer tudo, tomar todas as decisões, inclusivamente se quiser fazer revisões que entender da nossa Constituição da República", disse.
No final do encontro com jovens no Fórum Cultural de Ermesinde, o candidato apoiado pelo PS considerou, sobre o tema, que esse perigo existe "porque as últimas aprovações na Assembleia da República em leis que são estruturais, como a lei dos imigrantes ou a lei da nacionalidade, foram precisamente todas acordadas nesse campo político".
"O nosso país precisa de equilíbrio no sistema político e o único candidato que pode dar esse equilíbrio sou eu", acrescentou o candidato, reiterando ser essa a razão do seu apelo a "todos os democratas, a todos os progressistas, a todos os humanistas", para que se juntem e reforcem a sua candidatura".
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António José Seguro reforçou, em seguida, que conta "muito com os jovens portugueses", com quem quer "fazer uma coligação", para introduzir "uma nova cultura política", a de serem "capazes de pensar, de planear e de organizar o país a médio e longo prazo, e que isso se traduza numa vida melhor para os jovens".
Questionado, na feira da Tocha, em Cantanhede, Coimbra, sobre a ideia do seu adversário Luís Marques Mendes de haver um jovem no órgão de consulta do Presidente da República, João Cotrim Figueiredo afirmou que "se calhar é mais prático fazer o que eu faço, que é estar permanentemente em contacto com escolas secundárias, com o ensino superior, a falar com eles, com os seus problemas, sentir esta ânsia que sentem de não terem perspetivas de futuro suficientes, tentar entender que a epidemia de saúde mental que grassa nos jovens não é um problema menor e tem de ser tratada e tem a ver com a desesperança".
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Já o candidato António Filipe afirmou este domingo que a sua candidatura "é para levar até ao fim" classificando-a como diferenciadora, identificada com os trabalhadores e com os seus direitos. "A minha candidatura não é para desistir, a minha candidatura diferencia-se dos demais e, portanto, é uma candidatura que só pode ser para levar até ao fim. Disse isso desde o primeiro dia, e não sou daqueles políticos que dizem uma coisa hoje e amanhã dizem outra", disse.
António Filipe, que falava no inicio de uma visita à aldeia Natal do Seixal, um concelho do distrito de Setúbal liderado pelo comunista Paulo Silva, frisou que a sua candidatura está identificada com os trabalhadores e com os seus direitos, com os valores de Abril e com a Constituição Portuguesa e "no que ela tem de mais importante" nomeadamente "os direitos de natureza política, económica, social e cultural".
"Existe uma grande insatisfação dos portugueses relativamente às políticas públicas que têm sido seguidas nos últimos anos", frisou o candidato adiantando que "dormiria mal se traísse aqueles que querem votar" em si, numa alusão a uma frase de António José Seguro no debate televisivo realizado no sábado.
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O candidato apoiado pelo PCP disse ainda que não faria sentido avançar para uma candidatura e depois desistir não cumprindo o seu compromisso assumido desde o primeiro dia de que iria a votos e lutaria pelo resultado. "Muito mal vai uma candidatura se só lá vai se os outros desistirem", sustentou.
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