Câmara de Lisboa prevê orçamento de 1.345 milhões de euros para 2026

Gonçalo Reis disse que esta proposta de orçamento pretende assegurar o bom funcionamento da Câmara de Lisboa, no sentido de poder entrar em vigor já em janeiro de 2026.
Câmara de Lisboa prevê orçamento de 1.345 milhões de euros para 2026
Manuel de Almeida / Lusa - EPA
Lusa 02 de Dezembro de 2025 às 15:22

A liderança PSD/CDS-PP/IL na Câmara de Lisboa apresentou esta terça-feira um orçamento municipal de 1.345 milhões de euros para 2026, ligeiramente inferior aos 1.359 milhões previstos para este ano, considerando-o, segundo o vice-presidente da autarquia, "equilibrado, seguro e ponderado".

"Achamos que é bom orçamento", afirmou Gonçalo Reis (PSD), na apresentação da proposta, nos Paços do Concelho.

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O responsável pelo pelouro das Finanças referiu que tanto a despesa como a receita previstas no próximo ano têm o valor, cada uma, de 1.345 milhões de euros.

"É um orçamento equilibrado, seguro, ponderado e não é só no tema do equilíbrio entre receitas e despesas, é que nós cumprimos com tranquilidade todos os rácios, todas as regras de boa governança, todos os princípios da gestão prudente, sustentável, com muita tranquilidade", declarou o vice-presidente.

Gonçalo Reis disse que esta proposta, apresentada três semanas depois da tomada de posse do atual executivo municipal, pretende assegurar o bom funcionamento da Câmara de Lisboa, no sentido de poder entrar em vigor "já em janeiro de 2026".

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"Há grandes vantagens na previsibilidade", sustentou, realçando a opção da liderança PSD/CDS-PP/IL de apresentar o documento o "mais rápido" possível, para que o município funcione "sem sobressaltos".

O responsável pelas Finanças destacou ainda a prioridade no investimento, em que se prevê um crescimento de 30%, de 313,7 milhões de euros em 2025 para 410,2 milhões em 2026, enquanto as despesas correntes devem verificar um acréscimo de 7,5%, de 800,3 milhões de euros para 860,4 milhões.

A proposta é "muito prudente" em termos de financiamento, com a redução de 55% do financiamento bancário, de 101 milhões de euros em 2025 para 45,5 milhões em 2026.

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"Somos até conservadores, somos contidos e vamos demonstrar isto: não há novos empréstimos, há estabilização do valor da dívida e muito abaixo da margem disponível", expôs.

Gonçalo Reis disse ainda haver uma aposta nas questões-chave para os lisboetas, colocando-se verbas e foco em iniciativas de elevado impacto, num conjunto de 15 medidas previstas nas Grandes Opções do Plano 2026-2030, incluindo um novo modelo de gestão da higiene urbana, plano de segurança, 13 novos equipamentos municipais, a criação de novos bairros de habitação e parques verdes, o metrobus Lisboa-Oeiras e novo elétrico 16 Lisboa-Loures.

Outras das medidas passam pela redução das taxas municipais e por combate à burocracia excessiva, criação de 30 mil empregos com a Fábrica de Unicórnios, fim do licenciamento zero e reforço da fiscalização do comércio ilegal, programa Cultura na Rua com mais arte e espetáculos no espaço público, Baixa Pombalina Património Mundial da UNESCO e Lisboa Capital Europeia da Arte Contemporânea.

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Sobre o ligeiro decréscimo entre o orçamento de 2025 e o previsto para 2026, Gonçalo Reis justificou-o com o facto de o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estar a terminar, ressalvando que a verba estimada para o próximo ano representa um crescimento de 18% face ao montante total previsto executar este ano, de cerca de 81% dos 1.359 milhões de euros.

Quanto às receitas, em que se estima um total de 1.345 milhões de euros para 2026, do qual 576,7 milhões em impostos diretos, o vice-presidente enalteceu a manutenção das taxas de impostos, com a devolução total do Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS) aos lisboetas, 0,3% de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para prédios urbanos e 1,5% de Derrama.

Nos impostos diretos, a câmara prevê um crescimento em 2026 face aos valores arrecadados este ano, com a receita de Imposto Municipal sobre Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT) a subir de 282 milhões de euros para 291 milhões, a de IMI de 132 milhões de euros para 139 milhões e a da Derrama de 120 milhões de euros para 128 milhões, enquanto o Imposto Único de Circulação (IUC) se manterá nos 18 milhões de euros.

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Este é o primeiro orçamento municipal do atual mandato (2025-2029), proposto pela nova gestão PSD/CDS-PP/IL, sob presidência do reeleito Carlos Moedas (PSD), que continua a governar Lisboa sem maioria absoluta.

No anterior mandato (2021-2025), os quatro orçamentos da liderança PSD/CDS-PP (a IL não integrava o executivo municipal) foram aprovados devido à abstenção do PS, tendo a restante oposição - PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) - votado contra.

No orçamento municipal para este ano de 2025, a câmara estimou uma despesa de 1.359 ME, ligeiramente superior aos 1.303 ME previstos para 2024.

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Atualmente, o executivo, que é composto por 17 membros, integra oito eleitos da coligação PSD/CDS-PP/IL, que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta. Na oposição estão quatro vereadores do PS, dois do Chega, um do Livre, um do BE e um do PCP.

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