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Pedro Nuno Santos já não é secretário-geral do PS: “Ainda não decidi sobre se serei deputado”

“Eu não fui calculista quando avancei para a liderança do partido e não fui calculista quando decidi que nós não podíamos dar confiança a Luís Montenegro. Mantenho aquilo que sempre defendi, porque acho que é a posição correta e a atitude correta que um político decente deve ter perante o seu povo, o seu país e a democracia”, afirmou.

Pedro Nuno Santos na apresentação do programa eleitoral do PS em Abril de 2025
Pedro Nuno Santos na apresentação do programa eleitoral do PS em Abril de 2025 Lusa
24 de Maio de 2025 às 12:27

O ex-líder do PS Pedro Nuno Santos afirmou hoje que a sua "vida política partidária termina", assegurando não estar arrependido do chumbo da moção de confiança ao Governo por considerar que "numa democracia avançada" Luís Montenegro não seria primeiro-ministro.

"Já não sou secretário-geral. Termino aqui um percurso de muitos anos de dedicação ao PS e ao país", disse aos jornalistas à saída da Comissão Nacional do PS, considerando que tentou "fazer o melhor que sabia pelo povo português".

O ex-secretário-geral do PS disse que agora "a vida política partidária termina" e que ainda não tomou uma decisão sobre o seu lugar de deputado.

Quanto a um eventual arrependimento por ter chumbado a moção de confiança ao Governo, que culminou nas eleições com a pesada derrotada do PS, Pedro Nuno Santos respondeu: "não só não estou nada arrependido, como tenho muito orgulho de, num momento crucial, ter sido sério e ter defendido a decência na política em Portugal".

"Eu não fui calculista quando avancei para a liderança do partido e não fui calculista quando decidi que nós não podíamos dar confiança a Luís Montenegro. Mantenho aquilo que sempre defendi, porque acho que é a posição correta e a atitude correta que um político decente deve ter perante o seu povo, o seu país e a democracia", enfatizou.

Para o ex-líder do PS, "numa democracia avançada e qualificada, o atual primeiro-ministro não era primeiro-ministro".

"Não tem as condições éticas mínimas para liderar um governo. Eu achava isso na altura em que se votou a moção de confiança, acho isso hoje e dificilmente não acharei no futuro porque aquilo que nós já sabemos é suficiente para que alguém com o passado de Luís Montenegro não seja primeiro-ministro", insistiu.

Questionado sobre se já tinha feito a reflexão sobre os maus resultados do domingo, Pedro Nuno Santos defendeu que se podem encontrar "explicações mais simples e imediatas" que vão desde "a responsabilidade é do candidato, é das listas, é do projeto ou é do discurso, ou é das medidas".

"Há uma análise muito mais profunda que tem que ser feita. O Partido Socialista governou 22 de 30 anos, foram anos muito importantes os governos do Partido Socialista, de transformação social e económica do país, mas nós não podemos ignorar que há uma quantidade muito grande de portugueses que sentem que a sua vida não ata nem desata, está a marcar passo", apontou. 

Para o ex-líder socialista, há "um trabalho de reflexão muito grande" a fazer.

"E depois há um tema sobre o qual o Partido Socialista também tem que refletir seriamente. Eu comecei a fazer esse trabalho, que é sobre a imigração e sobre o que significa a imigração porque o país precisa de trabalhadores estrangeiros para crescer", referiu.

Na opinião do ex-líder do PS, é preciso "reconhecer o que correu bem e reconhecer o que correu mal".

"Só recuperaremos a confiança dos portugueses quando os portugueses sentirem que nós percebemos o que é que correu mal", antecipou.

Sobre o facto de, pelo menos até agora, só haver uma candidatura à sua sucessão, que é a de José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos recordou que quando o PS terminou um ciclo de oito anos e meio, "sabia que naquele momento tinha de avançar, mesmo que os livros dissessem que não era o timing para se avançar para a liderança de um partido".

"A política é assim. Nós temos que avançar para defender aquilo em que nós acreditamos, independentemente dos timings", atirou.

"Havendo apenas uma candidatura, pelo menos até este momento, o Partido Socialista não fica e não pode ficar impedido de fazer todo o debate que deve fazer, toda a reflexão sobre o passado, o presente e o futuro", disse ainda, considerando que uma das características do PS "é não triturar nem líderes nem dirigentes".

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