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Governo não esclarece qual o aumento exacto das pensões

Questionado, o ministro Vieira da Silva admitiu que as pensões possam aumentar entre 0,3% e 0,4% mas não se comprometeu, alegando que o Governo está a fazer cálculos. Os dados que servem de referência já foram publicados pelo INE.

debate do programa do governo PS vieira da silva
debate do programa do governo PS vieira da silva Miguel Baltazar/Negócios
17 de Dezembro de 2015 às 16:37

O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros a actualização das pensões de até 628,8 euros por mês mas o ministro Vieira da Silva não revelou de forma exacta quanto é que as pensões vão aumentar, apesar de ter indicado que a actualização pode rondar os 0,3% ou 0,4%.

O Executivo confirmou esta quinta-feira que o objectivo é recuperar as regras de 2006, que estabelecem que, num cenário de crescimento real inferior a 2% (medido nos últimos dois anos) apenas as pensões de até 628,8 euros são actualizadas.

"A actualização das pensões será marcada pelo indicador do crescimento económico e com o indicador da inflação", afirmou o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva.

Explica a lei 53-B/2006, elaborado pela equipa de Vieira da Silva (que na altura também era ministro) que, neste cenário, a actualização deve ser igual à do índice de preços do consumidor. O diploma remete para a variação média dos últimos 12 meses, sem habitação, disponível a 30 de Novembro, que por regra é a de Outubro.

Os dados já publicados pelo INE revelam que a inflação média dos últimos doze meses relativa a Outubro (a que estava disponível a 30 de Novembro) foi de 0,33%. Como o diploma prevê um arredondamento à décima, as pensões subiriam 0,3%. É esta a interpretação da lei feita por vários especialistas e foi também essa a fórmula aplicada no passado. Se em vez disso se considerar a inflação sem habitação relativa ao mês de Novembro (e publicada em Dezembro) a subida seria de 0,4%.

Esta quinta-feira, na conferência de imprensa posterior ao Conselho de Ministros onde a actualização foi aprovada, Vieira da Silva não esclareceu de forma exacta qual o aumento previsto, alegando que vai depender da inflação.

Mais tarde, questionado de novo sobre porque é que não esclarece em rigor a dimensão do aumento, tendo em conta que os indicadores já foram publicados pelo INE, Vieira da Silva respondeu que o Governo ainda está a fazer os últimos cálculos. E questionado sobre o valor se aproximará dos 0,3% (inflação sem habitação de Outubro) ou, numa outra interpretação possível, dos 0,4% (inflação sem habitação de Novembro), o ministro admitiu que sim.

"O Governo está ainda a fazer os últimos cálculos e a verificar se a interpretação que temos aponta para esses valores. Não serão muito diferentes desse", afirmou o ministro Vieira da Silva.

O Negócios tentou obter informações adicionais, mas sem sucesso.

Apesar de não dar a percentagem de aumento como fechada, o Governo já calculou o impacto orçamental. De acordo com o ministro Vieira da Silva, a actualização das pensões vai custar 80 milhões de euros.

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