ARESP acusa Unicre e SIBS de não negociarem taxas de pagamentos electrónicos
A associação que representa a restauração em Portugal acusa as empresas que gerem os sistemas de multibanco e de cartões de crédito de recusarem negociar as taxas que os comerciantes pagam sempre que um cliente utiliza o pagamento electrónico.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Associação da Restauração e Similares de Portugal (ARESP) disse que, actualmente, "os agentes [Unicre e SIBS] não dialogam com as entidades respectivas" e acrescentou que isso tem um impacto nos resultados operacionais das empresas do sector.
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De acordo com José Manuel Esteves, "os empresários pagam taxas muito elevadas em comparação com a média europeia" porque "os agentes não dialogam com a ARESP" e isso reflecte-se nas margens de lucro dos empresários.
"As taxas aplicadas pelos intermediários dos meios de pagamentos de crédito e débito são muitas vezes superiores às margens de lucro dos empresários do sector de restauração e bebidas", revelou José Manuel Esteves, justificando que "tudo conta em plena crise económica".
O dirigente da ARESP lembrou que são os associados quem suportam todos os custos das operações de pagamento e que, com o futuro desaparecimento da moeda como meio de pagamento, os agentes são intermediários em todas as receitas.
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"Nós aceitamos esta tendência desde que se discutam as taxas aplicadas", garantiu José Manuel Esteves, acrescentando que a tendência é que 100 por cento das receitas sejam feitas por pagamento electrónico.
Por outro lado, de acordo com a ARESP, os empresários gostariam de ver reposto o serviço de porta-moedas electrónico, que poderia ser a solução para o sector das pastelarias e cafés, onde se regista uma maioria de pequenos consumos, porque este tipo de pagamento não está sujeito a taxas.
Nesse sentido, e enquadrado no debate nacional que a ARESP leva a cabo sobre os "Meios de Pagamentos electrónicos - taxas aplicadas ao sector da restauração e bebidas", no dia 22, o dirigente da associação espera ser possível encontrar uma solução "que acabe com o monopólio dos agentes".
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Uma das intervenções mais aguardada pela ARESP é a do representante do Banco Português de Negócios (BPN) que, com a solução NetPay, se apresenta, para a associação, como um forte concorrente à rede da Unicre, responsável pelas operações de crédito.
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