CEO: Capazes de Exceder Objectivos

Um livro. 23 gestores. Falam do percurso até à liderança, dos altos, dos baixos, da sorte, do trabalho. De António Coimbra, da Vodafone, a Carlos Barros, da Fujitsu, a lista é extensa. O livro conta com apenas duas mulheres. Nuno Amado foi outro dos entrevistados. Ficou por contar a passagem do Santander para o BCP.
Diogo Cavaleiro 24 de Fevereiro de 2012 às 11:45

Estas são três histórias que a jornalista Rute Sousa Vasco destaca entre as que ouviu para escrever o livro “A sorte dá muito trabalho”, em conjunto com Fernando Neves de Almeida.

A obra tem como base conversas com 23 CEO de empresas portuguesas. Para contarem como é crescer dentro de uma companhia. Para dizerem como é que o conseguiram. Para mostrarem que não houve heranças pelo meio. Para provarem que a sorte dá muito trabalho.

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Nuno Amado foi um dos gestores que colaborou com o livro. “Ir para CEO foi o segundo passo mais difícil da minha carreira, sendo que o primeiro foi trocar a auditoria pela banca”, afirmou. Ficou por contar uma história. A sua passagem da liderança do Santander para a do BCP.

Outra das curiosidades que se destaca na obra é a quase total ausência de gestoras do leque de entrevistados. Rute Sousa Vasco disse ao Negócios que houve dificuldade em encontrar nomes femininos no topo empresarial. “Não é uma surpresa”, comenta. Ana Paula Moutela, da Zara, e Cláudia Almeida e Silva, da Fnac, são as excepções.

Gestor que partilha experiência com trabalhadores

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E o que leva gestores a revelarem a sua história num livro? Por que é que os administradores deixam que os seus funcionários tenham acesso ao seu percurso profissional e pessoal?

“Havia imensas razões para não estar no livro, porque acho que a visibilidade dos líderes é muito exagerada”, é a resposta de António Casanova, CEO da Unilever Portugal (na foto).

Contudo, para Casanova, os líderes não se podem eximir do dever que têm para com as pessoas que consigo trabalham e que querem fazer carreira. Como? “[Passando] mensagens das três ou quatro coisas que acredito serem importantes”, salienta.

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“Achei interessante partilhar a experiência que vamos tendo ao longo da vida. Também para ajudar os mais novos a encontrar algumas pistas sobre como é que podem progredir nas carreiras”, considera João Costa, da Matutano.

Para Rute Sousa Vasco, a disponibilidade dos gestores em participar num livro, em que se expõem, em que contam a sua vida, foi “absolutamente extraordinária”.

“Temos excelentes gestores”

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Um outro ponto comum aos gestores consultados – que o escritor assegurou terem sido escolhidos por terem progredido dentro da mesma empresa – é o facto de terem estado em empregos onde estão expostos a quem decide. “O seu desempenho era, de uma forma ou de outra, levado ao conhecimento de quem, em última instância, tinha a palavra final sobre o seu futuro”, escreve Nunes de Almeida.

Já para a jornalista Rute Sousa Vasco, há duas conclusões a retirar das entrevistas que realizou aos 23 gestores. Primeiro, há uma posição à qual se pode chegar com muito trabalho – “não só a número um, porque nem toda a gente é feliz a ser o número um”. Depois, nem sempre os momentos decisivos são aqueles em que tudo corre bem.

Há ainda uma nota a retirar do livro, na opinião da escritora: Em Portugal, “temos excelentes gestores”.

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