Governo espanhol confirma abandono de projecto de mina de urânio junto a Portugal

O Governo espanhol confirmou hoje o abandono do projecto da mina de urânio em Alameda de Gardón, em Salamanca, próximo da fronteira com Portugal, indicando que a empresa promotora não apresentou a documentação necessária para avançar.
Mina Salamanca
EPA
Lusa 22 de Outubro de 2018 às 22:00

Em causa está uma resposta dada hoje pelo executivo espanhol ao senador Carles Mulet, indicando que "o Ministério para a Transição Ecológica não recebeu nem o estudo de impacto ambiental, nem o arquivo de informações públicas para o início da fase ordinária de avaliação ambiental".

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Ao Governo não chegaram, também, os resultados da consulta pública realizada, acrescenta o executivo na resposta, citada pela agência noticiosa Efe.

 

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O projecto "Salamanca", da empresa Barkeley, previa um investimento total de 250 milhões de euros, a criação de 450 postos de trabalho directos e 2.000 indirectos, estando o começo da produção previsto para 2019.

 

Ainda no último fim-de-semana, mais de duas mil pessoas manifestaram-se em Vitigudino, Salamanca, contra o projecto da mina de urânio, segundo a organização.

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Esse protesto foi organizado por empresários de pecuária da região e contou com o apoio da plataforma Stop Urânio e de mais 42 câmaras municipais do oeste da província de Salamanca.

 

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Entretanto, a plataforma Stop Urânio já reagiu à informação hoje confirmada, notando que, apesar do abandono do projecto, esta mina de urânio continua a ser usada como "um chamariz" para a empresa promotora, a Barkeley, criticando a posição dos governos central e regional.

 

Em Maio passado, os ministérios portugueses do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros anunciaram que Espanha tinha prestado "informação detalhada" sobre os projectos de exploração mineira de urânio de Salamanca e de Retortillo-Santidad, em zonas fronteiriças, garantindo que Portugal será envolvido no processo.

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A declaração foi feita no final de uma reunião, a pedido de Portugal, entre as Partes do Protocolo de Actuação a aplicar às avaliações ambientais de planos, programas e projectos com efeitos transfronteiriços.

 

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Antes, em Março, a Assembleia da República aprovou um conjunto de sete resoluções, com origem em todas as bancadas, com recomendações ao Governo português para adoptar medidas junto do executivo espanhol que suspendam a exploração de urânio em Salamanca.

 

Por seu lado, a Agência Portuguesa do Ambiente considerou que o projecto de exploração mineira de urânio em Retortillo é "susceptível de ter efeitos ambientais significativos em Portugal", pela proximidade com a fronteira e tendo em "atenção a direcção dos ventos" de este e nordeste.

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As associações ambientais de ambos os países também têm feito críticas ao processo, bem como autarquias.

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