Jeff Bezos está a tentar construir centros de dados no espaço com a sua empresa Blue Origin
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, revelou esta quinta-feira que procura construir centros de dados no espaço e transferir indústrias poluentes para fora do planeta Terra com a sua empresa aeroespacial Blue Origin, que este domingo irá lançar um foguetão numa missão da NASA.
"Já colocámos um monte de comunicações no espaço. Podemos começar a construir fábricas no espaço, podemos começar a construir centros de dados no espaço", afirmou Bezos no America Business Forum (ABF), em Miami.
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Bezos, que fundou a Blue Origin em 2000, argumentou que no espaço obtém-se oito vezes mais energia solar por cada unidade de área, o que "seria possível fazer centros de dados no espaço que seriam muito eficientes".
"Isso é algo em que a Blue Origin está a trabalhar. Um monte de empresas estão a trabalhar nisso, mas não é algo de que possas ter a certeza que vai funcionar. Não sei quais serão os custos de lançamento e outras coisas. Tecnicamente funciona, mas há um monte de mistérios sobre isso também", explicou.
O empresário recordou que um foguetão da sua companhia espacial levará no domingo duas naves até à órbita de Marte, na missão ESCAPADE da NASA, para estudar a estrutura do campo magnético marciano e a sua interação com o clima espacial.
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O magnata disse estar "muito entusiasmado e ansioso" porque é a segunda vez que lançam este veículo, chamado 'New Glenn'. As suas declarações refletem a aceleração da competição espacial de empresas privadas e governos, pois só em agosto a NASA revelou que os Estados Unidos estão a planear construir um reator nuclear na Lua para operar a partir de 2030 como parte da "corrida" que mantêm com a China.
"A longo prazo, obteremos materiais não apenas da Terra, mas da Lua, objetos e asteroides. Temos energia e recursos materiais ilimitados no espaço, e este planeta é tão bonito e incomum que é o que vamos querer proteger. Não há plano B", argumentou agora Bezos.
O homem de negócios também reivindicou os seus investimentos em inteligência artificial (IA), enquanto o setor privado analisa os próximos passos da Amazon, o segundo maior empregador dos EUA, pois há duas semanas anunciou que reduziria a sua equipe corporativa em 14.000 pessoas para eliminar burocracia.
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A empresa planeia uma automação nos seus armazéns, capaz de reduzir até 600.000 contratações nos Estados Unidos nos próximos anos, segundo uma reportagem do The New York Times, que a empresa esclareceu com a mensagem de que os robôs ajudarão os funcionários nas suas tarefas.
"É tão bom como dizem. Os investidores estão a investir agora em tudo, boas ideias, más ideias, mas os fundamentos do que está a acontecer são muito poderosos e terão impactos em todas as indústrias, e tornarão cada indústria mais produtiva", afirmou o empresário.
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