Lucro da Sony cresceu 17,6% em 2024 para volume recorde

O lucro líquido da gigante da tecnologia e entretenimento Sony aumentou 17,6% no ano fiscal de 2024, encerrado a 31 de março, para um recorde de 1,14 biliões de ienes (6,93 mil milhões de euros).

O EBIT da multinacional aumentou 16,2 por cento em termos anuais para 1,47 biliões de ienes (8,95 mil milhões de euros) e o lucro operacional subiu 16,4 por cento para 1,41 biliões de ienes (8,54 mil milhões de euros), de acordo com o relatório financeiro divulgado na quarta-feira.

As receitas de vendas da Sony caíram 0,5 por cento, para 12,96 biliões de ienes (78,69 mil milhões de euros), devido a uma queda nas vendas do negócio financeiro.

A divisão de videojogos da Sony, o maior interveniente nas contas, manteve a rentabilidade e aumentou as vendas em 9% em termos anuais e o lucro operacional em 43% no mesmo período, entre 1 de abril de 2024 e 31 de março, principalmente devido a um impacto cambial positivo e a um aumento do número de utilizadores ativos e de assinantes dos serviços em linha.

Os utilizadores ativos mensais aumentaram 5% entre janeiro e março em relação ao ano anterior, para 124 milhões.

A Sony destacou ainda o impacto positivo das vendas de jogos para a consola PlayStation 5 (PS5) provenientes de estúdios exteriores ao grupo, conhecidos como "terceiros", apesar de uma queda de 11% nas vendas unitárias da consola.

As vendas foram de 2,8 milhões no quarto trimestre, para um total de 18,5 milhões de unidades no ano passado.

As vendas da Sony Music continuaram a manter-se estáveis graças aos serviços de streaming, com o lucro operacional da divisão a crescer 18% e as receitas 14%.

A atividade cinematográfica da Sony manteve-se estável na ausência de grandes produções, devido às greves em Hollywood, o que foi compensado pela estabilidade da plataforma de animação Crunchyroll e dos respetivos subscritores, que a consideram uma das poucas formas legais de aceder às produções atuais.

Apesar dos resultados positivos, o volume de negócios foi novamente afetado pela atividade de serviços financeiros da Sony, que registou uma diminuição progressiva das vendas e da rentabilidade.

A empresa planeia desconsolidar este segmento durante o exercício em curso, o que terá inicialmente um impacto negativo nas suas contas.

Neste cenário, a Sony estima que o seu lucro de exploração diminua 12,9% em relação ao ano anterior no exercício em curso, que terminará no final de 2026, para 930 mil milhões de ienes (5,65 mil milhões de euros), mas que o seu lucro de exploração aumente 0,3% para 1,28 biliões de ienes (7,77 mil milhões de euros).

O grupo prevê igualmente uma queda de 2,9% das receitas de vendas, para 11,7 biliões de ienes (71,07 mil milhões de euros).

A Sony explica no relatório que, apesar de o segmento dos videojogos, o seu principal motor, estar a ter um bom desempenho, estas estimativas pessimistas tiveram em conta um impacto negativo de 100 mil milhões de ienes (610 milhões de euros) das tarifas da administração norte-americana.