Lucros semestrais da Portucel em linha com o previsto

A Portucel registou lucros de 47,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2009, o que corresponde a uma queda de 38% face ao período homólogo do ano passado, quando ascenderam a 75,9 milhões.
Carla Pedro 29 de Julho de 2009 às 19:44

A Portucel registou lucros de 47,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2009, o que corresponde a uma queda de 38% face ao período homólogo do ano passado, quando ascenderam a 75,9 milhões. Este número ficou em linha com a estimativa média dos cinco analistas inquiridos pela Reuters, que apontavam para um resultado líquido de 47 milhões de euros.

A fabricante de pasta de papel divulgou também, em comunicado à CMVM, que o volume de negócios se cifrou em 537,5 milhões de euros no período em análise, uma queda de 9,6% face aos 594,5 milhões de euros do primeiro semestre do ano passado. Este valor supera ligeiramente as previsões da “poll” da Reuters, que apontavam para uma descida de 11,6% nos 525,8 milhões de euros.

PUB

Os resultados operacionais foram de 64 milhões de euros, contra 107,2 milhões entre Janeiro e Junho de 2008, o que representa uma descida de 40,3%.

Quanto ao EBITDA, cifrou-se em 99,1 milhões de euros, uma queda de 34% face aos 150,1 milhões do período homólogo do ano passado.

Em termos trimestrais, as vendas globais do segundo trimestre deste ano totalizaram 273,7 milhões de euros, um aumento de 3,8% face ao trimestre anterior, “em grande medida resultado do forte crescimento no volume de vendas de pasta (+86,2%), apesar de se ter mantido a tendência global de queda na procura de pasta na Europa”, refere o comunicado da empresa à CMVM.

PUB

Desta forma, o grupo reduziu substancialmente o seu nível de stocks para apenas 14 dias, o que compara com 33 dias dos produtores de pasta hardwood a nível global. “Este forte incremento nas vendas de pasta foi possível graças ao aumento do consumo na Ásia, em particular na China, onde a procura evidenciou um crescimento substancial face ao início do ano”, sublinha o documento. As vendas de pasta para a Europa cresceram cerca de 5%.

O resultado líquido consolidado do segundo trimestre de 2009 foi de 19,2 milhões de euros, um decréscimo de 31,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

O preço médio de venda da pasta foi inferior ao do trimestre anterior, apesar de alguma recuperação verificada a partir de Maio, pelo que as vendas de pasta em valor não acompanharam o crescimento das quantidades vendidas, registando no entanto um aumento expressivo no trimestre de 73,9%, refere a empresa.

PUB

No negócio do papel, no contexto actual de mercado de queda do consumo aparente europeu de 3,9% no segundo trimestre e de 16% em termos homólogos durante o primeiro semestre de 2009, na Europa e nos EUA, principais mercados do grupo, “foi possível manter um desempenho positivo ao longo do período, com plena utilização da capacidade produtiva, diversificando os seus mercados de destino e aumentando a sua quota de mercado na Europa”.

As vendas de papel no segundo trimestre tiveram uma diminuição de 2,9%, decorrente da paragem anual planeada para manutenção nas fábricas da Figueira da Foz e de Setúbal. “Não obstante, a quebra nas vendas foi inferior à perda de produção. Embora se tenha verificado no trimestre uma correcção ao nível dos preços de alguns factores de produção, que começa a ter reflexos positivos nos custos de produção, essa melhoria não foi ainda suficiente para contrariar o efeito da queda dos preços na margem do grupo”, explica o comunicado da Portucel.

“Neste contexto, o EBITDA consolidado totalizou 41,6 milhões de euros, evidenciando uma redução de 27,8% face ao primeiro trimestre de 2009”, justifica.

PUB

A Portucel é o maior produtor europeu de pasta de papel BEKP (Bleached Eucalyptus Kraft Pulp) e está entre os cinco maiores produtores europeus de papés finos (Uncoated Woodfree), salienta a Reuters. Segundo a agência, os analistas do BPI salientam que os preços da pasta de papel BEKP recuaram 27% face ao semestre homólogo de 2008, “o que, aliado a uma quebra nas vendas devido ao ambiente macroeconómico recessivo, penalizou os resultados da Portucel”.

Pub
Pub
Pub