Patrões do têxtil e vestuário perdem a “voz” para a AEP
Paulo Vaz, histórico dirigente da indústria portuguesa do têxtil e do vestuário, está de saída do setor ao fim de quase 32 anos, abandonando a associação patronal (ATP) que em agosto de 2019 passou a ser comandada por Mário Jorge Machado, líder da Estamparia Adalberto.
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O até agora diretor-geral – cargo que ocupava desde a criação da ATP, em 2003, por fusão da APT e da APIM (indústrias de malha e confeção), a que pertencia – adiantou ao JE que vai liderar a área de negócios da Associação Empresarial de Portugal (AEP), sediada em Matosinhos e presidida por Luís Miguel Ribeiro desde a morte de Paulo Nunes de Almeida, em julho.
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Numa mensagem de despedida enviada ao Negócios, Paulo Vaz frisa que "não existe qualquer razão pessoal para esta decisão que não seja a de procurar realizar ainda outras iniciativas". "Trata-se de uma separação amigável, a ponto de continuar a prosseguir a colaboração como consultor externo, enquanto a associação e quem a dirige entenderem ser útil", acrescenta.
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Formado em Direito na Universidade Católica, Paulo Vaz foi jornalista d’ O Primeiro de Janeiro e produtor de televisão na RTP Porto no início da vida profissional, até 1986, entrando depois neste setor, onde foi administrador da Têxtil Nortenha e do grupo Mindelo. Casado e pai de duas filhas, este portista não resiste a um prato de alheira com arroz branco e grelos e tem a pintura e as antiguidades como paixões nos tempos livres.
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"Mágoa" associativa, confiança empresarial
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Na hora da mudança profissional, com o setor ainda a tentar evitar a quebra de um ciclo de nove anos de crescimento nas exportações, o dirigente associativo diz que "[leva] apenas a mágoa de não ver o setor unificado numa só organização representativa, algo em que firmemente acreditava ser positivo para o seu fortalecimento", confiando que "o tempo resolverá aquilo que a vontade não conseguiu realizar".
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Além da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), com sede em Vila Nova de Famalicão e considerada a maior e mais transversal representante desta indústria, há outras duas associações empresariais com atividade: a ANIVEC/APIV, concentrada sobretudo na área do vestuário e da confeção; e a ANIT-Lar, no segmento dos têxteis-lar.
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Na última entrevista ao Negócios, a 4 de dezembro, a propósito do cenário traçado no plano estratégico do setor que admitia a perda de 2 mil empresas e 28 mil empregos até 2025, Paulo Vaz confiou que o têxtil está hoje mais bem preparado para resistir, estando as empresas "munidas com outras armas para fazerem a diferença e conquistar novos clientes".
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