Pelo menos 15 partidas e 12 chegadas canceladas devido à greve na Menzies, diz sindicato

Esta é a primeira de cinco greves de quatro dias marcadas para os fins de semana até ao início de setembro.
A greve começou às 00:00 de sexta-feira e prolonga-se até às 24:00 desta segunda.
Luis Vieira/AP
Lusa 27 de Julho de 2025 às 11:53

Pelo menos 15 partidas e 12 chegadas previstas para hoje no aeroporto de Lisboa foram canceladas devido à greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies (antiga Groundforce), sendo os atrasos "às dezenas", segundo fonte sindical.

Em declarações à agência Lusa, Carlos Araújo, dirigente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), avançou que estes são os voos que, neste momento, "já estão [dados como] cancelados até ao final do dia".

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"Até agora, isto é o que temos como garantido", afirmou.

A agência Lusa aguarda ainda uma atualização por parte da gestora aeroportuária ANA - Aeroportos de Portugal sobre o impacto da paralisação na empresa de 'handling', responsável pelos serviços de assistência em escala.

No terceiro dia de greve, o dirigente do SIMA destacou também o "número crescente de voos que saem sem bagagem".

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"Isso causa uma montanha, literalmente, de bagagem acumulada para processar", sustentou.

A greve em curso, convocada pelo SIMA e pelo Sindicato dos Transportes (ST), iniciou-se às 00:00 de sexta-feira e prolonga-se até às 24:00 de segunda-feira.

Trata-se da primeira de cinco greves de quatro dias marcadas para os fins de semana até ao início de setembro. Em agosto, os períodos de greve estão agendados para 08 a 11, 15 a 18, 22 a 25 e 29 de agosto a 01 de setembro.

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Entre as reivindicações dos trabalhadores estão o fim de salários base abaixo do salário mínimo nacional, o pagamento das horas noturnas, melhores condições salariais e a manutenção do acesso ao parque de estacionamento nos mesmos moldes anteriores.

Aproximando-se o quarto do protesto, o dirigente do SIMA diz esperar que a Menzies Aviation "venha para as negociações de boa-fé, tentando efetivamente corrigir o passo".

"Queremos que ninguém nesta empresa tenha um vencimento inferior ao salário mínimo. Tem de ser igual ou superior", argumentou, enfatizando que "a maioria dos trabalhadores, sobretudo os mais novos, vivem com grandes dificuldades".

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Por isso -- acrescentou - "o lema da greve é e será, enquanto o assunto não estiver resolvido, 'Mais vale um mês ainda pior do que o resto da vida assim'".

O sindicato acusa ainda a SPdH/Menzies de estar "a violar flagrantemente o direito à greve" para tentar "neutralizar os efeitos da paralisação", recorrendo a "práticas ilegais" como a "antecipação forçada de turnos e convocação de trabalhadores em dias de folga", a "substituição de grevistas por trabalhadores de empresas de trabalho temporário" e a "reorganização abusiva de escalas".

"O SIMA está a recolher provas destas ilegalidades e vai apresentar queixas formais à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e ao Ministério Público, exigindo a responsabilização dos dirigentes da Menzies/SPdH", avançou no sábado em comunicado.

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