PS aguarda auditoria para propor medidas sobre futuro dos CTT
João Paulo Correia transmitiu esta posição em declarações aos jornalistas no final da reunião semanal da bancada socialista, numa declaração em que criticou o processo de privatização dos CTT feito pelo executivo PSD/CDS-PP, mas em que também se demarcou das soluções propostas pelo PCP e Bloco de Esquerda.
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"Esperamos que a auditoria da IGF sobre os CTT chegue rapidamente à Assembleia da República para que se possa recomendar ao Governo aquilo que pode ser o futuro da empresa e o futuro do serviço postal universal", declarou o "vice" do Grupo Parlamentar do PS.
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Neste contexto, João Paulo Correia fez duras críticas ao processo de privatização na anterior legislatura, lamentando que o Governo PSD/CDS-PP tenha optado por vender 100% do capital dos CTT.
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"Havia a opção de manter uma parte do capital e conservar o Estado com uma participação, o que permitiria um controlo em termos de gestão, tal como acontece na TAP e em outras empresas. O anterior Governo preferiu vender 100% com uma licença bancária, o que significa que o Estado para entrar na empresa tem de o fazer através do mercado, assumindo um papel de investidor e comportando-se com um operador de mercado", apontou.
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João Paulo Correia considerou mesmo que "foi intenção do anterior Governo vender não só 100% do capital, mas blindar um eventual regresso do Estado ao capital da empresa".
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Por outro lado, completou o membro da direção da bancada do PS, "durante alguns anos, a entidade reguladora não esteve tão atuante como está hoje".
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"O PS tem absoluta consciência do estado de degradação do serviço postal desde que a empresa foi privatizada pelo anterior Governo. Esta situação tem atingido todos os portugueses e todas as empresas", sustentou João Paulo Correia.
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Além das críticas à forma como os CTT têm funcionado desde a sua privatização, o vice-presidente da bancada socialista referiu-se também às propostas apresentadas pelo Bloco de Esquerda e PCP.
"O Bloco de Esquerda defende a reversão do serviço postal universal, o que significaria que o Estado resgataria a concessão, deixando a empresa a funcionar como está a funcionar, porque estamos perante uma empresa privada e o mercado está liberalizado. Caberia ao Estado, com o resgate da concessão, encontrar uma empresa alternativa, ou outra estrutura de base muito local. Ora, essa estrutura não existe no país, nem há tempo no curto e médio prazo para a constituir", alegou.
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João Paulo Correia disse ainda que a proposta do PCP de nacionalizar por completo os CTT "obrigaria a um esforço orçamental na ordem dos mil milhões de euros".
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"Neste momento, [esse investimento] não está ao alcance do país", acrescentou.
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