Banco de Portugal alerta para risco de exposição dos bancos à dívida pública

Numa altura em que os bancos estão a apostar fortemente na compra e venda de dívida pública nacional, o Banco de Portugal vem alertar para o facto de a elevada exposição representar uma fragilidade para o setor.
André Kosters/Lusa
Rita Atalaia 05 de Junho de 2019 às 13:00

Há uma elevada exposição aos títulos de dívida pública portuguesa por parte dos bancos nacionais. Este é o alerta deixado pelo Banco de Portugal no relatório de estabilidade financeira publicado esta quarta-feira, 5 de junho. Um aviso que é dado numa altura em que as instituições financeiras estão a apostar fortemente na compra e venda de dívida do país.

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"No sistema financeiro persistem igualmente fragilidades, designadamente a elevada exposição a determinadas classes de ativos, em particular aos títulos de dívida pública portuguesa", refere o Banco de Portugal. 

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Bancos como a Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI viram a sua a carteira de dívida pública nacional aumentar no ano passado. 

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De acordo com o regulador, "esta exposição constitui uma vulnerabilidade do sistema bancário português que concentra uma parte significativa das suas exposições em títulos de dívida pública". Neste momento, refere, 9% dos ativos detidos pelos bancos portugueses são dívida pública nacional. Isto em comparação com cerca de 1% em 2008.

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"Uma eventual subida de 100 pontos base das yields da dívida pública nacional teria um impacto negativo de cerca de 51 pontos base no rácio CET1 dos bancos portugueses", salienta o banco liderado por Carlos Costa, apesar de reconhecer que o "sistema financeiro português progrediu em várias dimensões relevantes, beneficiando dos esforços de estabilização empreendidos em anos anteriores". 

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O mesmo alerta foi feito pelo Fundo Monetário Internacional. Em abril, referiu-se ao facto de num "cenário severo, as subidas acentuadas das yields das obrigações soberanas poderem gerar perdas significativas para os bancos em Itália, Portugal e Espanha".

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Também a Comissão Europeia já expressou a sua preocupação quanto a esta exposição dos bancos à dívida pública. 

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"Em termos de composição dos ativos bancários, um aspeto importante é a elevada parcela de dívida soberana doméstica em alguns Estados-membros da Zona Euro. As participações dos bancos em dívida soberana doméstica tem aumentado desde 2008 nos países mais vulneráveis", nomeadamente Portugal e Itália, onde se tem registado um forte crescimento, referiram as autoridades europeias. 

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