BPI de olhos postos em 100 milhões com venda do BFA. Procura supera oferta

Período de subscrição da maior operação de sempre na bolsa angolana termina nesta quinta-feira. Administração do banco angolano fala em procura superior à oferta.
O BPI liderado por João Pedro Oliveira e Costa tenta há anos diminuir a participação no BFA.
Rodrigo Antunes / Lusa
Hugo Neutel 12:03

O BPI deverá atingir o objetivo de encaixar aproximadamente 100 milhões de euros com a oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) do Banco de Fomento de Angola (BFA). 

A notícia foi inicialmente avançada pelo , que cita a imprensa angolana.

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O reporta declarações de uma administradora do banco segundo a qual a procura pelas ações da instituição financeira ultrapassou 100%.

O objetivo da operação é colocar em bolsa 29,75% do capital da instituição. O BPI vai vender 14,75% dos 48,1% que ainda detém, ficando o restante a cargo do outro acionista, a Unitel.

O IPO aliena 4,46 milhões de ações ordinárias, representativas de 29,75% do banco. O preço indicativo por ação varia entre 41.500 e 49.500 kwanzas (equivalente a 39 e 46 euros).

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O período de subscrição termina nesta quinta-feira, dia 25 de setembro, com a fixação do preço final e apuramento dos resultados no dia 26. A liquidação ocorrerá até 29 e a admissão à negociação na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) está prevista para o último dia do mês.

Com a venda da totalidade das ações disponíveis, o valor a encaixar pelo BPI deverá rondar 100 milhões de euros.

Após a venda, o BPI ficará com uma participação de cerca de 33%, o que significa que vai receber menos dividendos do que até agora.

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A operação é um objetivo antigo do BPI, que desde há vários anos é pressionado pelo Banco Central Europeu a reduzir a sua exposição a Angola – uma orientação transversal a todos os bancos europeus. Frankfurt não confia nas regras dos homólogos africanos.

No primeiro trimestre deste ano, o BPI lucrou 137 milhões de euros, 13% acima do valor homólogo. A subida deveu-se em grande medida aos dividendos do BFA, que contribuiu com 46 milhões. Em Portugal o resultado caiu 13% para 98 milhões.

No primeiro semestre, o BPI registou um lucro de 274 milhões de euros, menos 16% do que no período homólogo. O resultado da atividade doméstica caiu 10%, atingindo 241 milhões de euros. O Banco de Fomento de Angola contribuiu com 43 milhões de euros (mais 5% do que no mesmo período de 2024).

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Contactado pelo Negócios, o BPI preferiu não comentar.

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