Centeno: “É evidente que vou ficar no Banco de Portugal”

Ao fim de quase duas horas e muitas insistências dos deputados da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, Mário Centeno confirmou que vai permanecer no Banco de Portugal enquanto consultor. 

“É evidente que vou ficar no Banco de Portugal”, afirmou na parte final da audição após as insistências do centrista Paulo Núncio. 

"Sou funcionário do banco há 35 anos, tenho uma carreira no banco, que tem regras muito claras sobre o que os trabalhadores fazem depois de saírem de funções no conselho de administração. E há inúmeros casos. O meu caso não é em nada diferente do destas pessoas", tinha afirmado antes. 

É uma prática habitual os ex-quadros poderem manter-se como consultores da administração do regulador após o final dos respetivos mandatos. O próprio Centeno já desempenhou esse cargo entre 2013 e 2015. Se ficar, é uma forma de “esperar”: é que o código de conduta do Banco Central Europeu determina que os ex-quadros devem informar Frankfurt “da sua intenção de exercer qualquer outra atividade profissional remunerada no período de dois anos a contar do termo do seu mandato ou da data de cessação das suas funções enquanto membro de um órgão de alto nível do BCE”. O que não se aplica se se mantiver no banco central.