Garantia pública no crédito: "Pode haver efeitos colaterais", admite APB
A garantia pública no crédito à habitação - criada para facilitar a compra de casa entre os mais jovens - tem tido elevada procura, com o Governo a reforçar em breve o montante em 350 milhões de euros. Apesar da popularidade da política, há já quem alerte que está a contribuir para um aumento dos preços. O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) admite que "pode haver efeitos colaterais", mas que essa é uma avaliação que deve ser feita pelo Executivo e não pelos bancos.
"Pode haver, como acontece com todas as medidas de todas as naturezas, efeitos colaterais, mas a avaliação do resultado será feita, em última instância, no campo político. Portanto, cabe ao Governo fazer a avaliação de se a medida satisfaz ou não", disse Vítor Bento, em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW.
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No que diz respeito aos bancos, enquanto intermediários da medida, o presidente da APB considera que "têm feito o seu papel, têm estendido o mais possível a possibilidade de aplicação dessa medida e, portanto, ela tem chegado aos destinatários que eram visados". Desse ponto de vista, "tem sido um sucesso", aponta.
Sobre o reforço do montante, Vítor Bento diz que o importante é que "os clientes estejam satisfeitos", antecipando que o valor até agora disponibilizado, 1.200 milhões de euros, esteja perto do fim. "O simples facto de o Governo estender a quantidade é indício suficiente de que aquilo que foi instituído há cerca de um ano está a esgotar. Se ainda não se esgotou, vai-se esgotar rapidamente", diz.
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Vítor Bento alertou ainda para a importância de garantir a segurança do sistema financeiro, com a entrada do diploma nacional de execução do Regulamento Europeu sobre o Mercado de Criptoativos (MiCA) no parlamento, na semana passada.
"A atividade dos bancos portugueses não é criptoativos. É uma atividade, digamos, paralela. Acima de tudo, o que é preciso assegurar é que são garantidas condições de segurança para o sistema, portanto, que não se abram portas indevidas de expor a estabilidade do sistema e de segurança para as pessoas", disse.
Considerando que a atividade dos criptoativos "funciona num campo que podemos dizer que é uma certa margem da normalidade", o presidente da APB sublinha a necessidade de preservar a confiança na atividade bancária. "A confiança das pessoas na segurança das suas poupanças tem que ser assegurada", frisa.
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