Líder da Autoridade Bancária Europeia "frustrado" com falta de mega fusões

José Manuel Campa diz que faltam transações com natureza transfronteiriça, lamentando lógica circunscrita aos mercados domésticos.
José Manuel Campa 'frustrado' com falta de mega fusões na banca europeia
Carlos Luján / AP
Diana do Mar 25 de Agosto de 2025 às 12:21

O presidente da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), José Manuel Campa, diz estar "frustrado" com uma mentalidade doméstica que impede as fusões transfronteiriças de bancos e prejudica os sonhos de um setor financeiro europeu unido.

"Sinto-me frustrado porque continuo a ver fusões domésticas com uma lógica doméstica e não fusões no mercado único", afirmou, em entrevista ao .

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"Gostaria de ver mais transações com natureza transfronteiriça na sua lógica económica", reforçou o líder da entidade, com sede em Paris, lamentando que, neste momento, "não vejamos o suficiente".

A EBA é a agência da UE responsável pelo estabelecimento de um conjunto de regras harmonizadas para a regulação e supervisão do setor bancário em todos os países da União Europeia (UE). O objetivo é criar um mercado único dos produtos bancários da UE que seja eficiente, transparente e estável.

E, neste quadro, a criação de grandes bancos pan-europeus tem sido vista como fundamental para montar um sistema financeiro unificado na UE suficiente aberto e profundo para competir com países como os Estados Unidos. No entanto, os governos nacionais têm vindo a travar esse ímpeto, com entidades da UE a manifestarem-se nos últimos meses contra medidas politizadas para bloquear fusões bancárias.

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Em junho, quando questionada sobre , em Espanha, e em que os respetivos governos nacionais exploram a possibilidade de impor condições às transações, embora tenha recusado comentar os casos específicos, a comissária europeia de Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, lembrou que só o Banco Central Europeu (BCE) e as autoridades da Concorrência podem pronunciar-se sobre as fusões bancárias.

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"As regras que se aplicam às fusões bancárias, sejam elas transfronteiriças ou dentro de cada Estado-membro, são muito claras: para os bancos significativos, o Banco Central Europeu avalia, de uma perspetiva prudencial, se a fusão é adequada ou não, e depois as autoridades da Concorrência avaliam se isso gera problemas ou preocupações que tenham de ser resolvidos no âmbito da concorrência. E é tudo", afirmou a comissária europeia responsável pelas pastas dos Serviços Financeiros e União da Poupança e do Investimento.

No mês seguinte, em julho,  por causa da legislação que permitiu ao Governo condicionar a fusão dos bancos BBVA e Sabadell, "instando Espanha a cumprir a regulamentação bancária" da UE e "a respeitar as liberdades fundamentais do mercado único", dando dois meses ao Governo de Sanchéz para "para responder e corrigir as deficiências" apontadas.

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