Luanda quer consolidar e credibilizar banca angolana
O Banco Nacional de Angola (BNA) pretende credibilizar e fortalecer a banca local, para que o sector financeiro angolano não seja colocado "à margem" do sistema financeiro mundial. A mensagem foi deixada pelo governador do BNA, Valter Filipe Duarte da Silva, na inauguração do primeiro balcão do Millennium Atlântico, instituição resultante da fusão entre a operação angolana do BCP e o Banco Atlântico. Uma operação que, para o responsável máximo da supervisão bancária angolana, é um "marco importante na consolidação do sistema financeiro angolano".
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As operações de concentração de bancos são, para Valter Filipe, uma das formas de "criar mais robustez no sistema financeiro" de Angola. Daí que o próprio BNA esteja a "trabalhar numa reestruturação e consolidação de vários bancos angolanos", adiantou o governador, citado pela Lusa. O objectivo desta iniciativa é assegurar a estabilidade do sector financeiro, aumentar o financiamento à economia e, assim, dinamizar a actividade económica.
No entanto, para Valter Filipe é ainda imprescindível "repor a ética e a moral na vida da actividade financeira". O que, para o governador, implica implementar em Angola "as normas prudenciais e as boas práticas nacionais e internacionais e todas as normas de combate ao branqueamento de capitais e de financiamento ao terrorismo". A preocupação do responsável do BNA é contrariar o movimento em curso: "estamos a ficar numa situação em que está a ser colocado o sistema financeiro angolano à margem do sistema financeiro mundial. Isto é grave para a prosperidade das nossas famílias".
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Millennium Atlântico quer ir para a bolsa
O primeiro passo no processo de reestruturação da banca angolana arrancou esta terça-feira com o lançamento oficial do Millennium Atlântico, detido em 22,5% pelo BCP e em 77,5% pelos accionistas que controlavam o Banco Atlântico, entre os quais Carlos Silva, presidente da nova instituição. Dentro de três anos, esta estrutura accionista deverá ser alterada, já que, segundo anunciou Nuno Amado em Luanda, a intenção é cotar o Millennium Atlântico em 2019. "Era interessante ser uma bolsa africana e uma bolsa europeia", afirmou o presidente do BCP à Lusa.
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Para já, o objectivo é fazer crescer a instituição, que tem 11% de quota de mercado no crédito e de 9% dos depósitos. O objectivo é "claramente ultrapassar os 10% de quota de mercado, com rentabilidade e financiamento è economia", sublinhou o banqueiro.
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Por imposição do BCE, o BPI tinha até 10 de Abril para ter uma solução para reduzir a sua exposição a Angola. Depois do fracasso do acordo entre Isabel dos Santos e o CaixaBank, o grupo catalão lançou uma OPA sobre o BPI para que a exposição a Angola se possa diluir.
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