Lucro do BCP cresce 3% para 502 milhões até junho

Margem subiu 3,3%, contrariando a queda das taxas do BCE. Resultado em Portugal cresceu para 424 milhões de euros.
Miguel Maya, CEO do BCP, na apresentação de resultados do primeiro semestre de 2025.
Manuel de Almeida/Lusa
Hugo Neutel 30 de Julho de 2025 às 17:06

O BCP registou um lucro de 502,3 milhões no primeiro semestre, numa subida de 3,5% face ao mesmo período de 2024. Contrariou a queda das taxas de juro, com a margem financeira a registar ainda um aumento superior a 3%.

Foi "um trimestre com uma evolução positiva, muito alinhado com o plano estratégico que apresentámos ao mercado não obtante estarmos a viver um contexto macroeconómico mais complicado do que o antecipado", afirmou o CEO da instituição financeira, Miguel Maya na apresentação de resultados. 

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A evolução no resultado consolidado é acompanhado pelo da operação doméstica, que aumentou 3,2%, atingindo 424 milhões de euros. O contributo das operações internacionais o crescimento ligeiro de 0,5% levou a uma contribuição de 208,2 milhões de euros para o resultado conjunto. 

A operação polaca rendeu 121,1 milhões, mais 43% do que em junho de 2024. Moçambique, por outro lado, caiu a pique: menos 48,8% do que no primeiro semestre de 2024, fixando-se em 23,7 milhões de euros. A evolução do BIM ficou "muito marcada pelo downgrade do rating da República", explicou o CEO Miguel Maya. 

O Millennium conseguiu contrariar o efeito da redução das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE): a margem financeira consolidada ainda cresceu 3,3%, atingindo 1,44 mil milhões de euros. Em Portugal, caiu 2,2% para 658,8 milhões mas a operação internacional rendeu mais 8,4%, para um total de 785 milhões de euros.

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O encaixe com comissões foi de 413,8 milhões de euros, mais 4% em junho de 2025 do que um ano antes. Em Portugal, cresceu mais: 6,7%, rendendo 307 milhões. Lá fora foi de 106,7 milhões, numa queda de 3,1%.

Os recursos de clientes atingiram 106,2 mil milhões de euros. Destes, os depósitos à ordem ultrapassam os 50 mil milhões de euros (eram 45,8 mil milhões em junho de 2024). Os depósitos a prazo totalizam 35,9 mil milhões (36,8 mil milhões no período homólogo). Em Portugal verificou-se uma queda ligeira dos depósitos a prazo (de 25,2 para 25,1 mil milhões), enquanto os depósitos à ordem cresceram de 28 mil milhões de euros para 30 mil milhões.

Em termos consolidados, a carteira de crédito evoluiu 3,4% para 60,2 mil milhões de euros. O crédito à habitação contribuiu para este crescimento com mil milhões de euros, atingindo 29,3 mil milhões de euros. O crédito pessoal subiu de 72, mil milhões de euros para 7,6 mil milhões. O volume de empréstimos a empresas aumentou de 22,9 para 23,4 mil milhões de euros.

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Em Portugal, a carteira totalizou 41,5 mil milhões de euros em junho, depois de ter crescido 4,6% face ao valor registado um ano antes. 

No capítulo dos indicadores de solidez, o BCP teve um CET 1 ("Common Equity Tier 1") de 16,2%, mantendo o valor de há um ano, muito acima do requisito de 9,58%.

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O rácio de capital total foi de 20,2%, também muito acima do requisito de 14,07%. 

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