Mais de três anos depois de nascer, Novo Banco é vendido

Com a venda de 75% do capital à Lone Star, termina a medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo. O Novo Banco deixa de ser um banco de transição. Os americanos só têm de ficar três anos.
novo banco antonio ramalho
Sara Matos
Diogo Cavaleiro 18 de Outubro de 2017 às 11:55

O Novo Banco foi vendido aos três anos e dois meses de vida. No mesmo sítio em que foi constituído, mas a uma hora diferente. O contrato através do qual o Fundo de Resolução se desfez de 75% da instituição financeira constituída a 3 de Agosto de 2014 foi assinado esta quarta-feira, 18 de Outubro, entre o vendedor e o comprador, o fundo americano Lone Star. A medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo terminou.

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Foi na mesma sala em que o Novo Banco foi constituído, na conferência de imprensa dada por Carlos Costa em 2014, que foi dada a palavra final para a sua venda. Com representantes do regulador da banca, do comprador e jornalistas, a operação avançou.

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Donald Quintin, representante da Lone Star, Luís Máximo dos Santos, vice-governador e responsável do Fundo de Resolução, e Carlos Costa, governador, deixaram as suas assinaturas na declaração de transferência. 

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A Lone Star compra 75% do banco presidido por António Ramalho por zero euros, avançando com um aumento de capital de 750 milhões de euros, comprometendo-se, até ao final deste ano, a injectar outros 250 milhões. Em Março, aquando do anúncio da operação, a intenção era que este reforço adicional fosse concretizado em três anos.

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O Fundo de Resolução, que funciona junto do Banco de Portugal, continua a ser dono de 25% do Novo Banco, assumindo, igualmente, um mecanismo de capitalização contingente, em que poderá ter de colocar 3,9 mil milhões de euros caso um conjunto de activos perca valor e viole um certo nível, pré-definido, de capital.

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Lone Star não pode vender em três anos

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Comprando em Outubro de 2017, o fundo americano Lone Star, que faz o investimento através do seu fundo chamado Nani, não poderá vender a sua participação no Novo Banco no prazo de três anos, estando proibido de fazer operações entre entidades do grupo que envolvam o banco. Já o banco está impedido de fazer a distribuição de dividendos aos accionistas. 

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Com esta operação, fica fechada a medida de resolução determinada a 3 de Agosto de 2014, que colocou fim ao BES enquanto banco comercial. O Novo Banco perde, também, o estatuto de banco de transição, passando a ser uma instituição como as restantes. 

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