Negociações suspensas entre direcção e sindicatos na CGD-França
A intersindical FO-CFTC e a comissão de negociação dos trabalhadores "não aceitaram a proposta apresentada pela direcção" durante as negociações na presença de um mediador nomeado pelo Tribunal de Grande Instância de Paris, explicou à Lusa Cristina Semblano, porta-voz da intersindical.
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"Consideramos que essa proposta não oferecia garantias suficientes, atendendo à incerteza que paira no ar no que diz respeito ao futuro da sucursal de França da CGD e, sobretudo, não podíamos de forma alguma aceitar a moeda de troca que a administração colocou em cima da mesa", afirmou.
Cristina Semblano disse que "a moeda de troca" era "renunciar às acções judiciais em curso ou vindouras contra a CGD", nomeadamente "a renúncia em obter as atas dos conselhos de administração desde 2013 e todas as informações conexas a essas actas".
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A entrega desses documentos foi ordenada pelo Tribunal de Grande Instância de Paris, a 26 de Junho, numa decisão em que a justiça francesa indeferiu o pedido da intersindical FO-CFTC e da comissão de trabalhadores de terem acesso ao Plano industrial de 2013 e ao Plano de Reestruturação de 2016 da Caixa Geral de Depósitos.
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A porta-voz da intersindical acrescentou que vai "continuar a luta" ao nível judiciário, nomeadamente com o recurso apresentado para a obtenção do Plano industrial de 2013 e do Plano de Reestruturação de 2016 "que contém informação sobre o futuro da sucursal de França" e com "acções que vão entrar no que diz respeito a problemas que se estão a passar no pós-greve, com trabalhadores que estão a ser vítimas de discriminação e mesmo de assédio".
Questionada sobre se vai haver novas manifestações e uma outra greve, depois da paralisação que durou de 17 de Abril a 30 de Junho e que foi acompanhada por dez protestos nas ruas de Paris, Cristina Semblano referiu que a decisão será tomada pelos trabalhadores em assembleia-geral na segunda quinzena de Setembro.
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Os dois meses e meio de greve não foram apoiados pelos sindicatos CGT e CFDT que, no âmbito das negociações, "estavam dispostos a assinar o protocolo de fim de conflito porque as reivindicações foram satisfeitas", disse à Lusa Carmen Camp, delegada sindical da CFDT.
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A sucursal em França da CGD tem 48 agências e mais de 500 trabalhadores.
A redução da operação da CGD fora de Portugal (nomeadamente Espanha, França, África do Sul e Brasil) foi acordada em 2017 com a Comissão Europeia como contrapartida da recapitalização do banco público.
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Em maio, o presidente da CGD, Paulo Macedo, afirmou querer manter a operação da CGD em França e adiantou que está a negociar isso com as autoridades europeias.
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A redução da operação da CGD acordada com a Comissão Europeia passa também pelo fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, 70 dos quais encerram ainda este ano.
Em 2017, fecharam 67 balcões, pelo que, com o encerramento destas 70 agências, a CGD terá ainda de fechar mais 43 balcões nos próximos dois anos.
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