Novo Banco não consegue reduzir perdas: prejuízos ficam em 420 milhões

O Novo Banco registou uma ligeira deterioração, de 400 mil euros, dos prejuízos nos primeiros nove meses do ano. O banco justifica com a "reestruturação em curso do seu balanço".
Novo Banco António Ramalho
David Martins 
Diogo Cavaleiro 30 de Novembro de 2018 às 18:05

O Novo Banco apresentou um resultado líquido negativo de 419,6 milhões de euros até Setembro, o que representa até uma ligeira deterioração face às perdas de 419,2 milhões no mesmo período do ano passado.

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Segundo comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a instituição financeira liderada por António Ramalho sublinha que as contas continuam a ser prejudicadas pela "reestruturação em curso do seu balanço", o que está "de acordo com o seu plano estratégico".

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O banco sublinha que, no que diz respeito à actividade "core" – aquela onde não é integrada as áreas de que se está a desfazer nem os activos classificados como para vender – conseguiu já ter um crescimento da margem financeira.

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Ramalho: Prejuízo é "má notícia" mas há boas indicações

"O que aconteceu foi que os prejuízos são efeitos do legado e da reestruturação que o banco leva a cabo", defende António Ramalho, em declarações ao Negócios.

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São várias as operações que pesaram nas contas do banco até Setembro. A oferta de aquisição e troca de dívida, com um efeito negativo de quase 82 milhões de euros, e a venda de activos imobiliários (a carteira conhecida como Viriato), que custou 159 milhões de euros.

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O presidente executivo do Novo Banco enumera várias operações que justificam "um resultado que é uma má notícia, idêntico ao do ano passado". Mas sublinha que a evolução "core" dá boas expectativas: "pela primeira vez, há a subida do resultado operacional".

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Margem sobe 5%

A margem financeira do banco subiu 5,2% para 300,7 milhões de euros. O banco herdeiro do BES justifica o resultado pelo facto de ter reduzido o custo do passivo (sobretudo de recursos de clientes que não depósitos) a um ritmo superior ao dos juros do crédito concedido. As comissões líquidas aumentaram 2,4% para 236,6 milhões.

 

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Já os resultados de operações financeiras afundaram, de 71 milhões para 8 milhões de euros, devido à oferta de troca de dívida que o Novo Banco empreendeu para reduzir o passivo.  

 

Na soma de todas estas rubricas, o produto bancário resvalou 12,4% para 527,3 milhões de euros.

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Já os custos operacionais da instituição financeira desceram 7,8% para 363,5 milhões de euros, sobretudo com amortizações, mas também com descidas nos custos com pessoal e nos gastos gerais: a redução das agências e a diminuição do pessoal justificaram.

Mesmo assim, o Novo Banco conseguiu registar uma descida nas imparidades e provisões: a rubrica cedeu 19% para 456,2 milhões, apesar do referido aumento do impacto relativo à operação de venda de imóveis.

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Apesar disso, com o pagamento de mais impostos do que no ano anterior, os prejuízos subiram 400 mil euros para 419,6 milhões de euros.

Depósitos sobem, crédito recua

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Os depósitos de clientes subiram 13% para 29,5 mil milhões de euros (graças à troca de dívida feita), sendo que os recursos totais decresceram 7,1% em termos homólogos, já que houve uma quebra nos produtos de seguro (devido à desconsolidação da seguradora GNB Vida, que está à venda).

 

Já no que diz respeito ao crédito, o crédito bruto recuou 4,7% para 30,5 mil milhões de euros, com descida no crédito a empresas.

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Malparado cai para 27,7%

O rácio de crédito malparado passou de 30,5%, em Dezembro, para 27,7%, em Setembro, uma quebra de 1,6 mil milhões de euros, com a carteira de crédito tóxico a totalizar 8,5 mil milhões de euros. O banco está ainda a vender um bloco de malparado, o chamado projecto Nata.

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Em termos de capital, o rácio que mede o peso dos melhores fundos próprios do Novo Banco (CET1) fixou-se em 13,5%, face a 12,8% em Dezembro do ano passado.

(Notícia actualizada às 18:35 com mais informações)

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