Procura no aumento de capital do BES supera oferta em 79%
O aumento de capital de 1.045 milhões de euros do Banco Espírito Santo foi totalmente subscrito, com a procura de acções a superar a oferta disponível em 79%, confirmou esta quarta-feira o banco liderado por Ricardo Salgado.
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Em comunicado o BES adianta que no exercício de direitos de preferência na subscrição foram subscritas 1.598.143.842 acções, representativas de 99,45% do total de acções a emitir.
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As restantes 8.889.370 acções foram atribuídas em resultado de pedidos suplementares de acções, sendo que estes pedidos suplementares totalizaram 1.269.595.458 acções.
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Desta forma, a procura no aumento de capital totalizou 2.876.628.670 acções, o que se situa 79% acima das 1.607.033.212 disponíveis na oferta.
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O Negócios já tinha noticiado hoje, citando fonte do sindicato bancário, que a procura por novas acções "superou largamente" a oferta disponível.
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O interesse dos investidores, sobretudo institucionais, permitiu levantar no mercado o valor total da operação, 1.045 milhões de euros, evitando accionar a tomada firme que tinha sido contratada junto de diversos bancos de investimento internacionais para garantir o sucesso da oferta. Pela primeira vez desde a privatização do BES, os accionistas de referência do banco não garantiram a sua participação na operação.
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Ao que o Negócios apurou, além do Espírito Santo Financial Group e do grupo francês, que reduziram as suas posições de 27,4% para 25% e de 20,12% para menos de 15%, respectivamente, também o banco Bradesco terá diluído a sua participação. Antes do aumento de capital o grupo brasileiro tinha 4,8% do BES, posição que terá diminuído apesar de o Bradesco ter participado na operação.
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Entre o núcleo duro de investidores, apenas a Portugal Telecom terá acompanhado na íntegra o reforço de capitais. Assim, o grupo de telecomunicações, em processo de fusão com a brasileira Oi, terá mantido uma participação de 2,1% no banco. A decisão da empresa não terá sido alheia ao facto de o BES ter participado no recente aumento de capital da empresa brasileira, investindo 75 milhões de euros.
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A redução do peso dos três maiores accionistas no capital do banco foi compensada com um reforço do peso dos investidores institucionais, que antes da operação controlavam cerca de 37% do capital. De acordo com fonte do sindicato bancário, os fundos de investimento, bancos e seguradoras terão aumentado a sua influência na estrutura accionista para perto de 50%.
Alguns dos gestores de fundos que antes da operação tinham participações qualificadas - BlackRock (5,12%), Silchester (4,93%) e Capital Research (3,07%) - terão reforçado posições, enquanto outras sociedades de gestão de activos terão aproveitado a oferta para entrar no título.
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20.05.2014
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O risco anunciado
Com a divulgação do prospecto do aumento de capital, o BES anuncia que corre um risco reputacional por terem sido detectadas "irregularidades materialmente relevantes" na Espírito Santo International que, por causa disso, apresenta uma "situação financeira grave".
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22.05.2014
Salgado e a sua saída
Ricardo Salgado revela, em entrevista ao Negócios, que entre as irregularidades identificadas na ES International está a não contabilização de um montante avultado de dívida (1.200 milhões de euros) e o facto de o GES não consolidar várias "holdings". O banqueiro abre ainda a porta à sua saída da liderança do BES.
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29.05.2014
Auditoria concluída
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O ESFG anuncia a conclusão da auditoria da KPMG às contas da ES International. Além da não contabilização de dívidas e da não consolidação de contas, a ESI sobreavaliou activos e subvalorizou provisões para riscos e contingências diversas.
02.06.2014
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O caso no Luxemburgo
A Procuradoria do Luxemburgo confirma à Lusa que abriu um inquérito a três sociedades do GES ali sedeadas - Espírito Santo Control, ES International e Espírito Santo Financial Group - para apurar eventuais responsabilidades nas irregularidades.
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