Ricciardi pode "ter tido alguma contrapartida" para fazer denúncia ao Banco de Portugal

Ricardo Salgado acusou o primo José Maria Ricciardi de ter um "comportamento no mínimo muito curioso".
Ricardo Salgado Parlamento
Bruno Simão/Negócios
Diogo Cavaleiro 09 de Dezembro de 2014 às 19:12

Ricardo Salgado passou grande parte da audição da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES a garantir que não ia atacar a família. Mas, na última ronda, deixou algumas críticas ao primo rival José Maria Ricciardi.

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"O doutor Ricciardi teve um comportamento, no mínimo, muito curioso em relação àquele que deveria ter tido", afirmou o presidente executivo do BES entre 1992 e 2014.

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Contudo, as afirmações sobre o primo, que tentou suceder a Salgado à frente daquele banco contestando a sua liderança, continuaram. E frisaram uma notícia que dá conta que Ricciardi denunciou o primo ao Banco de Portugal em Maio, rejeitando quaisquer responsabilidades no que aconteceu no banco.

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"Certamente, se fez alguma denúncia ao Banco de Portugal, é capaz de ter tido alguma contrapartida por isso", acrescentou Ricardo Salgado, adiantando não querer fazer suposições.

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Ricciardi mantém-se na liderança do BES Investimento, a unidade de investimento do BES que passou para o Novo Banco após a resolução. O BESI foi vendido ontem à empresa de Hong Kong Haitong, sendo que Ricciardi se irá manter na presidência daquela instituição.

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José Maria Ricciardi é o único membro da família Espírito Santo que se manteve com funções de relevo no banco após o afastamento determinado pelo Banco de Portugal. Na audição no Parlamento, Carlos Costa anunciou que a idoneidade é uma questão que está sempre em avaliação, sendo que Ricciardi estava nessa condição. 

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Esta terça-feira, o Diário de Notícia publicou uma carta de José Maria Ricciardi dirigida ao vice-governador do Banco de Portugal, datada de 27 de Maio de 2014, onde o presidente do BESI recusa qualquer quota de responsabilidade pelo buraco detectado no banco.

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A missiva, a que o Diário de Notícias teve acesso, foi enviada cinco dias depois de Ricardo Salgado ter afirmado, em entrevista ao Jornal de Negócios, não ter sido o único responsável pela crise no banco e no Grupo Espirito Santo (GES), avançando que os vários membros da família no Conselho Superior do Grupo tinham cometido erros.

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Na carta publicada pelo Diário de Notícias, Ricciardi explica que as contas e os movimentos financeiros da Espirito Santo International, holding do Grupo GES, eram tratados por um "núcleo restrito" sob a direcção do antigo homem-forte do BES, Ricardo Salgado, garantindo nunca ter sido chamado a interferir.

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