Tomás Correia prevê entrada de IPSS no Montepio sem desconto
Os números que estão em cima da mesa para o investimento das instituições da economia social na Caixa Económica Montepio Geral não têm desconto face ao valor a que a instituição está registada no balanço da Montepio Geral – Associação Mutualista. Isto apesar de a associação reconhecer imparidades em relação àquele investimento.
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Em entrevista à RTP 3 na quinta-feira à noite, António Tomás Correia, que preside à associação que é ainda a accionista única da mutualista, indicou que os valores de investimento no Montepio são entre 45 e 48 milhões de euros, o que disse representar, no máximo, a alienação de até 2% do capital. Foi também este o valor que o responsável da associação tinha transmitido, na segunda-feira passada, aos membros do conselho geral.
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Ora, se 2% representam aquele montante, a totalidade da participação é tida com montantes avaliados entre 2,25 e 2,4 mil milhões de euros. É precisamente esse o valor bruto de investimento da caixa económica no balanço da mutualista: 2,4 mil milhões de euros, segundo o relatório e contas de 2017.
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O que acontece é que a entidade liderada por Tomás Correia tem associada a este valor uma imparidade de 498 milhões de euros, o que baixa o valor líquido para menos de 1,9 mil milhões de euros (contas que a KPMG, na certificação legal das contas de 2017, considera não terem fundamentos claros).
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Quer isto dizer que, partindo dos números do líder do Montepio, o investimento será tendo em conta o valor bruto e não o valor que a mutualista efectivamente reconhece como real à data para a caixa económica.
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Novidades em Abril
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À secretária de Tomás Correia já chegou a indicação de que "largas dezenas" de entidades da economia social têm interesse em participar na associação. "Estou convencido que dentro de duas a três semanas esse tiro de partida dá-se", disse na RTP3, atirando novidades para o investimento para o mês de Abril. Estarão sempre em causa investimentos simbólicos para a constituição do grupo financeiro da economia social de que Tomás Correia tem falado.
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A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa estará nesse grupo, mas o montante de investimento será muito inferior ao que chegou a ser equacionado quando foi assinado o memorando de entendimento com a associação, em Junho do ano passado, altura em que estava em causa a possibilidade de aquisição de até 10% do capital. Aliás, o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, chegou a dizer que qualquer entrada da misericórdia no capital da caixa económica seria feita com "desconto".
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Neste caminho, também a gestão do banco está em mudança. Carlos Tavares, ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, já teve luz verde do Banco de Portugal para assumir o leme da instituição. "Vai ser presidente [da administração] e presidente executivo nos próximos seis meses", assumiu Tomás Correia na entrevista. Este é o período que o Banco de Portugal permite que sejam acumuladas as duas funções.
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