Vítor Gaspar é convocado pelos partidos da maioria PSD e CDS/PP para ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao BES. O ministro que, em 2013, terá criticado a dívida do Banco Espírito Santo, é um dos 10 políticos chamados, cinco do actual Executivo, cinco do anterior.

"Se eu fizesse declarações sobre a dívida do BES tinha muito a dizer". A afirmação foi feita por Vítor Gaspar em Junho de 2013 numa reunião no Ministério das Finanças com a Associação Portuguesa de Bancos e tinha o então administrador financeiro, Morais Pires, do BES como alvo, como conta o livro "O Último Banqueiro", das jornalistas do Negócios Maria João Gago e Maria João Babo. Ricardo Salgado tinha, dias antes desta afirmação, levantado dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida portuguesa.

Gaspar, que foi ministro das Finanças entre 2011 e 2013, é um dos nomes que conta do requerimento conjunto PSD/CDS-PP para ser ouvido no inquérito parlamentar ao BES, que tomou posse a 9 de Outubro.

É um dos cinco governantes do actual Executivo chamados, juntamente com Maria Luís Albuquerque, Paulo Portas, Pires de Lima e Carlos Moedas. Do anterior Governo são convocados Teixeira dos Santos, Manuel Pinho, Vieira da Silva, Ana Jorge e Correia de Campos.

Não só de política se faz a lista dos convocados pela maioria parlamentar, que chama Ricardo Salgado, o Conselho Superior do Grupo Espírito Santo e vários administradores do BES no último ano. Tal como a oposição, também a maioria chama o antigo contabilista da Espírito Santo International, Francisco Machado da Cruz, acusado por Salgado de irregularidades detectadas nesta sociedade.

Sikander Sattar e Vitor Ribeirinho, da KPMG, responsável por auditar o banco, também constam da lista. Quem o PSD/CDS-PP quer ouvir ainda, entre outros, são Álvaro Sobrinho, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro e Pedro Queiroz Pereira.

Os nomes têm de reunir o acordo de todos os partidos para que as audições sejam efectivamente convocadas. O que só deverá acontecer na próxima semana.