Monte dei Paschi avança para controlo do Mediobanca. OPA atingiu meta mínima
Fasquia de 35% do capital - o mínimo para o sucesso da OPA em Itália - foi ultrapassado e abre a porta a que o comprador passe a controlar o concorrente.
O italiano Banca Monte dei Paschi di Siena (MPS) ultrapassou o nível mínimo de 35% de aceitação que definiu na Oferta Pública de Aquisição do Mediobanca, abrindo caminho para conseguir controlar o rival. A informação foi avançada pela agência Bloomberg.
Os investidores aceitaram a oferta sobre 38,5% do capital do Mediobanca, excedendo aquele patamar que desencadeia a compra obrigatória das restantes ações.
O Monte Paschi di Siena – o banco independente em operação mais antigo do mundo - ofecere 2,533 ações próprias e 0,90 euros por cada ação do Mediobanca, o que, tendo em conta o valor de fecho desta quarta-feira, avalia o banco de investimento em 16,1 mil milhões de euros. A cifra compara com um valor de mercado de 16 mil milhões de euros, segundo cálculos da agência financeira.
Os restantes acionistas têm até ao fecho da sessão de 8 de setembro para decidir vender ou não os seus títulos.
O Monte Paschi vai agora procurar obter mais de 50% do capital do concorrente, garantem fontes citadas pela agência financeira.
A consolidação permite ao Mediobanca acelerar a utilização de 2,9 mil milhões de euros em ativos por impostos diferidos (DTA, na sigla inglesa), argumenta o MPS.
Este desenvolvimento abre a porta ao CEO do MPS para declarar que o “takeover” é um sucesso e procurar o controlo do concorrente. Luigi Lovaglio já tinha feito saber que em caso de sucesso da OPA, irá provavelmente afastar o presidente executivo do Mediobanca, Alberto Naegel.
Uma fusão das duas instituições financeiras criaria o terceiro maior banco em Itália, com mais de 200 mil milhões de euros em ativos. Marcaria também um ponto de viragem na história da instituição, que passou por um resgate público e vários anos de restruturação.
O presidente executivo do Mediobanca tem-se mostrado contra a operação desde o momento em que foi lançada, em janeiro, mas viu os seus esforços sofrerem um forte revés quando os acionistas da instituição que lidera rejeitaram o seu plano alternativo para comprar o Banca Generali.
O “board” do Mediobanca vai reunir nesta quinta-feira para se pronunciar sobre a nova oferta. desse encontro sairá provavelmente nova oposição ao “takeover”, escreve a Bloomberg, que contactou as duas instituições financeiras, que se recusaram a comentar.
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