Os produtos de marca própria nunca pesaram tanto nas vendas das cadeias de distribuição alimentar: em 2024 contribuíram com 47%, contra 45,2% em 2023, o equivalente a 8.600 milhões de de euros, alcançando a proporção mais elevada em pelo menos 14 anos.

Dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que o peso da marca própria nas vendas do retalho alimentar foi o maior "desde o início da série", em 2011, ano em que representava 31,7%, ou seja, uma fatia de 3.461 milhões num bolo de 10.911 milhões de euros.  

"Entre 2011 e 2024, assistiu-se a um aumento continuado das vendas de produtos de marca própria, com o valor a mais que duplicar nesse período (+148,3%), face a um aumento um pouco mais moderado do volume de vendas das unidades de retalho alimentar (+67,7% nesse período), assinala o INE.

E o aumento não foi só em valor. À luz dos mesmos dados, o volume de vendas de produtos de marca própria também cresceu e embora com um ritmo muito inferior ao do ano anterior foi superior ao das vendas globais. Em concreto: houve um aumento de 8,9% (versus +32% em 2023), acima da subida das vendas globais (4,9% contra 14% em 2023).

A evolução do peso dos produtos de marca própria consta dos números das chamadas Unidades Comerciais de Dimensão Relevante (UCDR) como são catalogadas pelo INE as lojas de retalho alimentar ou não alimentar com, respetivamente, mais de 2.000 ou 4.000 metros quadrados de área de exposição e vendas.

Segundo o INE, em 2024 existiam 1.842 grandes super ou hipermercados (+60 face a 2023) os quais tinham ao serviço 87,4 mil trabalhadores, ou seja, mais 2,2% (versus +3,9% em 2023) e registaram vendas de 18,3 mil milhões de euros, correspondendo a um crescimento de 4,9% (após +14%; em 2023).